Relatório aponta esta como a década mais segura para se navegar, desde 2006
Perdas marítimas diminuíram 45%, de acordo com novo estudo da resseguradora AGCS
De acordo com o relatório anual “Safety & Shipping”, produzido pela Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) as ocorrências de navegações registradas em 2015 tiveram uma redução de 3%, quando comparadas a 2014. O relatório que analisa as perdas no setor de transporte marítimo em cargas acima de 100 toneladas brutas, mostrou que foram reportados 85 danos em todo o mundo no ano passado, ante os 88 casos registrados em 2014. Além disso, essa foi a década mais segura para se navegar: desde 2006, com queda de 45% nas perdas.
No entanto, as disparidades por região seguem em estatísticas estáveis quando mais de um quarto das ocorrências foram registradas na região do Sul da China, Indochina, Indonésia e Filipinas (22 embarcações). Os dados apontam que a área teve aumento de perdas, se comparados ao ano anterior – com 18 registros. No Brasil, os dados da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) indicam que, em 2015, sinistros envolvendo transporte marítimo de carga acumularam mais de R$ 276 milhões. Relacionados aos danos das embarcações, são registrados cerca de R$ 200 milhões.
A categoria de embarcações de carga e pesca foi a que mais apresentou ocorrências globalmente, sendo correspondente a 60% das perdas mundiais, com aumento pela primeira vez em três anos. A causa mais comum para estes dados é afundamento das embarcações (75%), que teve aumento de 25%, normalmente decorrente de más condições climáticas. De acordo com o relatório, globalmente, houve 2.687 acidentes marítimos (incluindo perda total) em 2015 – queda de 4%, comparado ao ano anterior.
Pressões econômicas desafiam os avanços de segurança
Economia fraca, condições do mercado, preços de commodities e excesso de embarcações estão pressionando custos e aumentando preocupações com segurança. De acordo com observações da AGCS, a frequência de perdas no último ano podem indicar reflexos deste cenário. Manutenções de embarcações sendo prolongadas por conta de custos, investimentos para condições básicas de tripulação e segurança de passageiros, equipamentos de resgate e falta de treinamento complementar com navegação eletrônica se apresentam como alguns fatores que tem se apresentado abaixo do padrão ideal para segurança, elevando os riscos.
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