Automação como elo da cadeia logística

Automação é uma das saídas para eficiência, mas é preciso entender o conjunto geral do processo

A tecnologia tem se mostrado uma das saídas de algumas empresas para que essa eficiência seja atingida. “Não existe fronteira para a tecnologia. Podemos ter no Brasil a tecnologia mais updated no mundo, que viermos a precisar”, diz Carlos Cesar Meireles Vieira Filho, Diretor Executivo e CEO da Abol.


Citando as missões internacionais das quais participa, ele aponta algumas como o state-of-art da automação, com Automatic Guided Vehicle (AGV), paletização automatizada/robotizada, armazenagem autoportante com transelevadores automáticos, separação por voz (picking by voice), por luz (picking by light), avanços por equipamentos aéreos não tripulados (drones), entre outros.


“Boa parte disso tudo já temos no Brasil, mas somente onde há escala, demanda tecnológica e onde o processo possa pagar por esses requisitos tecnológicos. A aplicação de tecnologia é customizada, adequada, pois tem que ser economicamente sustentada”, ressalta.


Para ele, essa tecnologia precisa estar muito bem alinhada. “Na determinação dos níveis de serviço – Service Level Agreement (SLA), as condições precisam estar muito bem estabelecidas, esclarecidas e expostas (entre embarcador e prestador de serviço) para que se faça um projeto adequado, com a melhor relação de trade-off possível. Qualidade e precisão têm custo, e são elevados”, ressalta o CEO, que destaca ainda ser esse o diferencial de um operador logístico (OL) para um prestador de serviço tradicional. “O OL é um especialista em projetos, em desenhar a solução exata para a demanda do seu cliente. Sub-projetar e/ou super-projetar, podem trazer elevados custos inviabilizando uma operação. Operações logísticas integradas demandam inteligência, experiência, ponderação, análise crítica, conhecimento de marcos legais/regulatórios, de legislação do setor, tudo isso sinalizará a característica do projeto”, diz, finalizando ainda dizendo que “a tecnologia é um elo importantíssimo dessa cadeia, mas é preciso entender do conjunto geral do processo”.


Meireles Vieira Filho ressalta ainda a necessidade da análise de trade-off, quando todos os aspectos são fundamentais para instruir uma decisão em um processo do projeto logístico. “Uma operação logística não é um processo/serviço padrão, como se fosse um produto commodity. Cada operação tem suas particularidades, suas características que indicarão uma solução específica”, explica.


Em muitas, diz, a introdução de novas tecnologias faz parte de uma imposição legal, em outros casos isso significa uma questão de redução de custo e aumento de eficiência que garantem a sobrevivência do processo, e segundo ele, são efetivamente indicadas. “Há, contudo, processos de melhoria contínua que podem e devem ser analisados quando do instante ideal para que sejam utilizadas as tecnologias desejadas. De qualquer forma é bom lembrar que em logística não pode haver acomodação”, ressalta, apontando o estudo pela eficiência, a redução de custo e o risco como uma constante. “A busca pela maximização da qualidade é parte das gênesis do OL. Mas isso não quer dizer necessariamente que estamos falando unicamente em tecnologia! Precisamos atuar na capacitação humana, no desenvolvimento de talentos, afinal, capital humano em logística é a maior barrinha do Pareto dos custos e das atenções”, finaliza.

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