Ceva Logistics aposta na eficiência como um dos caminhos para a descarbonização

Com a mesma diretriz do controlador Grupo CMA CGM, a CEVA Logistics, empresa especializada em soluções globais de cadeia de suprimentos, está comprometida com um programa de descarbonização. Para isso, as ações ocorrem nas diferentes unidades de negócio e envolvem, principalmente, eficiência, como explica o Managing Director para a Região da América Latina (LATAM), Milton Pimenta, que acaba de assumir a posição após exercer outros cargos de liderança na companhia.

Segundo o executivo, a empresa tem desenvolvido soluções rodoviárias que, além de contar com caminhões que emitem menos, envolve um redesenho da malha logística. “Apenas com inteligência nos trajetos já é possível reduzir o número de viagens e, consequentemente, as emissões - algo entre 20% e 30%”.

Pimenta exemplifica com um case de um cliente que atua na área de marketplace. “Consolidamos cargas de um número maior de fornecedores nos caminhões para obter mais produtividade às operações. Um veículo que costumava transitar entre 30% e 40% vazio, nós conseguimos reduzir o índice para apenas 10%. Não basta ter motores elétricos. É preciso pensar na eficiência e diminuir o número de viagens”.

Em relação ao transporte marítimo, o executivo diz que o grande desafio na área de shipping é definir as fontes alternativas de combustível. “A CMA CGM é percursora. Definiu apostar no que tem disponível para tentar mudar o que é possível. Não dá para esperar que venha algo melhor e continuar emitindo”, diz Pimenta. O armador tem investido em navios movidos a gás natural liquefeito (GNL) e metanol.

A CMA CGM e os maiores armadores do mundo emitiram uma declaração conjunta, durante a COP28 - 28.ª Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Dubai, no final 2023, para reduzir as emissões. Os países membros da Organização Marítima Internacional (IMO) adotaram a meta de chegar a emissões líquidas zero "por volta de 2050".

Armazéns e demanda

No Brasil, no semento de armazéns, o plantio de árvores compensa qualquer emissão de CO₂ acima das metas. O programa atende a diversos critérios de sustentabilidade: as plantas são adquiridas de comunidades locais em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica. Os colaboradores também estão cientes do tema e praticamente contam com metas per capita. “O projeto foi desenvolvido há alguns anos e mais de 60 unidades (entre as próprias e as in house) já estão inseridas. Além disso, já usamos empilhadeiras elétricas e estamos caminhando para os equipamentos que são movidos a hidrogênio”.

Recém chegado da Oceania, depois de liderar a Ceva Logistics na região por cinco anos, Pimenta diz que 85% dos armazéns da empresa no continente são operados com energia solar. “Em 2015, o índice era de 15%. Agora, o green star rating de emissões é cinco ou seis”

Segundo Pimenta, as empresas multinacionais, especialmente as europeias, tem buscado prestadores mais sustentáveis. No segmento de freight forwarder, a demanda é grande, segundo ele. “A questão é que responsabilidade precisa ser de todos, inclusive do cliente. Mas quando é colocado o custo, em grande parte, eles não conseguem absorver. Por isso, os operadores precisam ter cuidado com essa linha tênue para não afetar a saúde financeira do negócio”.



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