As manobras do grupo varejista Amazon na direção do mercado de operações logísticas de entrega expressa de mercadorias não têm assustado a DHL, especialmente agora que a empresa do grupo Deutsche Post registrou o maior lucro trimestral de sua história.

De acordo com o relatório internacional da companhia, a DHL atingiu um lucro operacional de 2,41 bilhões de euros em 2015, reiterando as expectativas de que o lucro operacional, para o qual as divisões geridas pela DHL irão contribuir de € 2,45 a 2,75 bilhões, deverá crescer pelo menos € 1 bilhão neste ano, chegando à maca dos € 3,4 a 3,7 bilhões.

O CEO da Deutsche Post, Frank Appel, declarou que a atividade da empresa não está, de maneira alguma, ameaçada pelo avanço da Amazon na direção das operações logísticas. “É bom que outras empresas tentem ganhar espaço no mercado, o que demonstra que o nosso segmento é bastante atraente… a nossa visão é esportiva”, disse Appel, logo após a divulgação dos resultados de 2015 da empresa. E ainda completou: “temos plena convicção de que vamos conseguir dar continuidade à tendência positiva”.

O comentário de Appel, especialmente dirigido ao mercado alemão, foi feito poucas horas antes de a Amazon divulgar a confirmação de que iria estabelecer um contrato de leasing de 20 Boeing 767 do Air Transportation Services Group por cinco a sete anos, para assumir as crescentes entregas no mercado dos Estados Unidos.

A realidade é que a Amazon tem sido um desafio para o Deutsche Post dentro do próprio território alemão, principalmente depois que o grupo norte-americano abriu seu primeiro centro de distribuições de carga expressa em Munique, em outubro, e declarou ter planos de inaugurar outros centros no país, bem como uma rede europeia de distribuição similar à estrutura operada pelo Deutsche Post.

Estima-se que a Amazon represente hoje cerca de 30% das entregas da DHL, algo perto de quarto da receita da companhia alemã, porém o Deutsche Post ainda se mantém firme na previsão de que o lucro operacional da companhia deva aumentar em 10% até 2020. As previsões são impulsionadas pelos 4,6% de crescimento da receita do grupo em 2015, com o expressivo aumento de vendas da DHL, que chegou a 9,4%, atingindo € 13,7 bilhões no ano.