Novos terminais intermodais impulsionam o escoamento de grãos pelo Centro-Norte
Com investimento de R$ 264 milhões nos terminais e R$ 1,7 bi no corredor Centro-Norte, a VLI aposta na redistribuição do transporte brasileiro de cargas
O Estado do Tocantins ganhou, nesta semana, dois novos terminais intermodais para transbordo e armazenagem de grãos que, somados, terão capacidade para movimentar por ano cerca de 6 milhões de toneladas de produtos como soja, milho e farelo. Os empreendimentos foram viabilizados graças ao investimento de R$ 264 milhões da VLI, empresa especializada em operações logísticas para integração multimodal.
As novas unidades traçarão uma nova rota para o escoamento de grãos, e prometem ter um impacto substancial sobre a matriz de transportes brasileira, uma vez que, hoje em dia, a exportação dessas commodities é concentrada nas regiões sul e sudeste do país. Dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) apontam que, embora os Estados do Mato Grosso, Goiás, Pará, Tocantins, Maranhão, Bahia e Piauí produzam juntos mais da metade da produção nacional de soja e milho, menos de 20% dos grãos provenientes dessas regiões são escoados e exportados pela infraestrutura dos portos do Norte e Nordeste. Todo o excedente da produção, ou seja, mais de 80% ainda utiliza a infraestrutura do Sul e Sudeste do país. Os planos da VLI para o Corredor Centro-Norte incluem oferecer suporte ao crescimento da produção com uma infraestrutura viável e eficiente.
As unidades seguem o modelo dos terminais integradores implantados pela VLI em outras regiões do Brasil e funcionam como polos concentradores de carga, aumentando a agilidade do escoamento de produtos pela ferrovia até o porto. Os ativos destinados ao transbordo e armazenagem de grãos estão localizados nas cidades de Porto Nacional e Palmeirante, e fazem parte da estratégia da companhia para alavancar o crescimento do corredor logístico Centro-Norte, um território bastante importante na produção agrícola do Brasil, que engloba os estados do Tocantins e Maranhão.
Os produtos originários das regiões produtoras do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além do Mato Grosso, Goiás e Pará, chegam de caminhão aos terminais, onde se realiza a descarga, o armazenamento e o transbordo dos grãos para os trens. Os vagões carregados seguem pela Ferrovia Norte Sul (FNS), em trecho também controlado pela VLI, para o Porto do Itaqui, em São Luís, de onde seguem para exportação.
Rota agrícola e crescimento
A construção do Terminal Integrador (TI) Porto Nacional e do Terminal Integrador (TI) Palmeirante vem atender à demanda crescente por alternativas para o transporte e exportação de grãos na região Norte e Nordeste, colaborando para a redução dos gargalos logísticos na cadeia nacional.
O plano de negócios da VLI prevê ainda investimentos “robustos” no corredor Centro-Norte, impulsionados pelo desenvolvimento da região e pela demanda de transporte ferroviário, principalmente para grãos. Além da inauguração dos novos terminais, a empresa também investiu na construção do ramal ferroviário de acesso ao Tegram. O montante (que gira em torno de R$ 1,7 bilhão de reais) inclui a aquisição de novas locomotivas e vagões, a construção e ampliação de pátios de cruzamento de trens ao longo da FNS, além da construção de uma oficina de manutenção ferroviária no Maranhão.
Dados da CNA apontam que, embora os Estados do MT, GO, PA, TO, MA, BA e PI produzam juntos mais da metade da produção nacional de grãos, menos de 20% dos grãos provenientes dessas regiões são escoados e exportados pela infraestrutura dos portos do Norte e Nordeste. Mais de 80% ainda utiliza a infraestrutura do Sul e Sudeste do país.
A localização geográfica dos empreendimentos favorece o fluxo constante dos produtos pela ferrovia, com sistemas automatizados de recepção, pesagem e carregamento, o que promete alta produtividade e segurança operacional. Os empreendimentos possuem uma pera ferroviária interligada à malha da Ferrovia Norte Sul e tulha de carregamento com capacidade para trens de até 80 vagões em 4h30min. Trata-se de uma solução logística em formato circular que possibilita o transbordo das cargas sem necessidade de desmembrar o trem, o que aumenta a eficiência das manobras de entrada e saída dos terminais.
No TI Porto Nacional, pode-se armazenar até 60 mil toneladas de grãos e movimentar 2,6 milhões de toneladas do produto por ano. Já o TI Palmeirante possui um armazém de 90 mil toneladas, considerada atualmente a maior estrutura de armazenagem do Tocantins, com possibilidade de expedição de até 3,4 milhões de toneladas anualmente. Os terminais possuem ainda silo pulmão, balanças rodoviárias e ferroviárias, tombadores para caminhões, tulha ferroviária para carregamento de dois vagões simultaneamente, prédio para classificação de grãos e área administrativa.
Além de incrementarem a infraestrutura logística, os empreendimentos contribuem para o desenvolvimento local. A VLI informa que, durante a construção, foram gerados em torno de 600 empregos em cada uma das obras e, com o início das operações, cerca de 200 postos de trabalho foram criados por terminal.
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