Logística reversa na agricultura

As indústrias brasileiras destinaram 45,5 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas em logística reversa no ano de 2015, uma quantidade 7% maior do que o coletado no ano anterior.


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A destinação ambientalmente correta das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil resulta da atuação conjunta dos diversos elos da cadeia produtiva. De acordo com a Lei Federal 9.974/00, a responsabilidade sobre o destino dos materiais após o uso é compartilhada entre os envolvidos.

Com vistas à legislação e aos incentivos de sustentabilidade, produtores rurais, fabricantes e canais de distribuição de produtos fitossanitários, com apoio do poder público, submetem suas operações ao Sistema Campo Limpo de logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas.

Para coordenar as atividades de destinação das embalagens vazias e promover ações de conscientização e educação, a indústria fabricante de defensivos agrícolas fundou, em 2001, o inpEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, entidade sem fins lucrativos que reúne mais de 100 empresas do setor, entre fabricantes e entidades representativas da indústria, dos canais de distribuição e dos agricultores.

O Sistema Campo Limpo relatou, nesta semana, que foram destinados de forma ambientalmente correta 45.536 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil em 2015. O número indica um crescimento de 7% em relação a 2014, tendo como maiores responsáveis pelo aumento os estados de Tocantins, Pará e Mato Grosso do Sul, segundo análise do próprio instituto. As quantidades mais expressivas de embalagens saíram do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul - juntos, eles correspondem a 65% do total destinado no país.

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Desde o início das operações do Sistema Campo Limpo, em 2002, já foram destinadas mais de 360 mil toneladas do material. Para João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV, “os resultados mostram que o Sistema tem conseguido atender à crescente demanda da agricultura brasileira”. O instituto reporta inda que, hoje, 94% das embalagens plásticas primárias (aquelas que entram em contato direto com o produto) são destinadas, devolvidas pelos agricultores brasileiros nas mais de 400 unidades de recebimento presentes em 25 Estados e no Distrito Federal (que somam mais de 146 mil m² de área construída e ambientalmente licenciada).

A responsabilidade por dar a destinação correta às embalagens vazias devolvidas é da indústria fabricante, que as encaminha para a reciclagem ou incineração após o recebimento do produtor rural. Ao poder público, cabe a fiscalização do funcionamento do sistema de destinação – emitir as licenças de funcionamento para unidades recebimento e apoiar os esforços de educação e conscientização do agricultor em conjunto com fabricantes e comerciantes.

Nos últimos anos, foram investidos pela indústria, distribuidores de defensivos agrícolas e agricultores mais de R$ 800 milhões no programa de descarte de embalagens, sendo que a indústria, representada pelo inpEV, investiu mais de 80% desse valor. Esse investimento é revertido em benefícios ambientais. Conforme estudo encomendado pelo inpEV, o Sistema possibilitou, por exemplo, que 394 mil toneladas de CO2 equivalente deixassem de ser emitidas na atmosfera, ganho que corresponde a 2 mi de árvores que deixaram de ser cortadas.

A logística reversa é hoje um segmento que movimenta bilhões e exige empresas especializadas, sistemas afiados de tecnologia e estrita cooperação entre empresas, seus clientes e os órgãos reguladores.

 

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