ICAO limita o transporte de baterias de lítio por via aérea e gera incertezas
Usadas em aparelhos eletrônicos de toda sorte, as baterias representam uma parcela substancial do transporte aéreo de cargas
Diante das mudanças que afetarão diretamente o transporte de mercadorias, os embarcadores vêm lutando para entender e adequar-se às novas regras. As medidas deverão ter impacto considerável, uma vez que baterias de lítio são utilizadas em notebooks, tablets, smartphones e uma lista extensa de aparelhos eletroportáteis que conferem mobilidade aos aparelhos eletrônicos, além de máquinas pesadas e alguns modelos de veículos automotivos.
O órgão internacional que congrega a aviação mundial IATA (International Air Transport Association) divulgou recentemente que, nestas semanas que antecederam a implementação das regras, recebeu o dobro de perguntas acerca de regras para cargas perigosas, sendo a maioria delas ligada ao transporte de baterias de lítio por via aérea.
Uma das preocupações dos usuários diz respeito ao estado de carregamento das baterias, que fica estipulado em 30% no máximo, algo difícil de controlar, já que a maioria delas pode ter sido armazenada em terminais ou depósitos com cargas acima desse limite. Na impossibilidade de testar cada bateria já embalada, a própria IATA acredita ser praticamente inevitável que, nas semanas iniciais da aplicação da regra, excedam os 30% de carga determinados pela ICAO.
Algumas companhias aéreas, incluindo a Cathay Pacific, já suspenderam o transporte de baterias de lítio, tanto no transporte de cargas quanto no de passageiros. Mark Sutch, Diretor Geral da Cathay Pacific para cargas, declarou ao Lloyd’s Loading List que o transporte de baterias de íon de lítio não representava uma proporção significativa do tráfego total da companhia, e que acreditava que os produtores e importadores encontrariam outras possibilidades de transportar suas mercadorias, como, por exemplo, por vias aéreas ou rodoviárias.
No entanto, o mercado que sofrerá maior impacto decorrente da nova regra será o de transportadores e embarcadores estabelecidos no leste asiático, que serão impedidos de carregar as baterias instaladas em aparelhos eletrônicos, como telefones, computadores e tablets, uma carga que representa uma parcela substancial do transporte aéreo de cargas.
A IATA garantiu que manterá equipes dedicadas à solução de questões que forem levantadas a partir da implementação da nova regra, até que se permita novamente o embarque de baterias de lítio em voos de passageiros. A cada semana, produz-se mundialmente cerca de 400 milhões de baterias de íons de lítio, sendo que uma quantidade expressiva é transportada por via aérea. A ICAO, por sua vez, diz que está trabalhando em iniciativas que aumentem a conscientização do perigo das baterias, de modo a incentivar autoridades internacionais a estipular regras de controle. A entidade também tem incentivado o desenvolvimento de embalagens especiais que permitam o transporte das baterias sem o risco de explosões.

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