"CARTA AO MUNDO – COP30"
A Força Sustentável das Águas Interiores Belém do Pará, 2025
O Brasil, terra de rios majestosos e bacias hidrográficas abundantes, apresenta à comunidade internacional uma proposta concreta e inspiradora para a transição ecológica: a navegação interior como símbolo de um transporte mais limpo, eficiente e inclusivo.
Com uma das maiores redes hidrográficas do planeta, o Brasil é cortado por verdadeiras estradas naturais — Amazonas, Tocantins, Madeira, Tapajós, São Francisco, Paraná, Paraguai e tantos outros — que unem regiões, impulsionam economias e respeitam o meio ambiente. A navegação interior é mais do que um modal logístico: é um ativo estratégico para o desenvolvimento sustentável.
Um comboio fluvial transporta o equivalente a centenas de caminhões, com consumo energético muito menor e emissões drasticamente reduzidas. Isso se traduz em ganhos logísticos, competitividade para o agronegócio e a indústria, e uma contribuição decisiva para a descarbonização do setor de transportes.
Além de sua eficiência ambiental, a navegação interior tem um papel social transformador: conecta comunidades, gera empregos, fortalece cadeias produtivas e garante soberania sobre as vias interiores — especialmente na Amazônia, onde os rios são o principal elo de mobilidade e cidadania.
Mas o futuro exige ação. Para liberar todo o potencial do transporte hidroviário, é essencial investir em infraestrutura resiliente e segura, sinalização, dragagem sustentável, conectividade e integração com os modais ferroviário e rodoviário. No transporte de passageiros, é urgente ampliar a infraestrutura portuária e renovar a frota com embarcações mais sustentáveis.

Apesar de ainda representar uma parcela modesta da matriz de transportes, o modal hidroviário cresce de forma consistente, especialmente nas cadeias do agronegócio.
O Brasil tem avançado com políticas públicas que incentivam a concessão dos serviços hidroviários, promovendo uma estrutura mais eficiente para ampliar a infraestrutura necessária à navegação segura, previsível e ambientalmente responsável em diversos trechos fluviais.
Na COP30, reafirmamos nosso compromisso com a valorização da navegação interior como eixo estratégico da descarbonização global. Que os rios sejam vistos não apenas como caminhos de água, mas como caminhos de futuro — onde desenvolvimento e natureza fluem em harmonia.
Entre 2025 e 2035, o Brasil aposta em uma navegação interior pujante, com foco em sustentabilidade ambiental, transição energética e inovação. Estimularemos o uso de biocombustíveis (HVO, biodiesel, etanol, entre outros), a introdução de embarcações híbridas e elétricas, e o avanço rumo à neutralidade climática, em consonância com a Agenda 2030 da ONU e o Acordo de Paris.
Valorizar a navegação interior é reconhecer que o futuro da logística brasileira também passa pelos rios. É mover cargas, pessoas e progresso com inteligência, respeito ambiental e visão de longo prazo.
O Brasil navega rumo ao futuro — e convida o mundo a “embarcar nesse modal” rumo a um transporte mais limpo eficiente e sustentável.
Adalberto Tokarski José Rebelo III Flávio Acatauassú
Presidente da ADECON Presidente da ABANI Presidente da AMPORT
Murillo Barbosa Sérgio Aquino
Presidente da ATP Presidente da FENOP
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