A importância do Compliance para o crescimento do Comércio Exterior

Visto por muitos como um bicho de sete cabeças, o Compliance, na verdade, pode e deve ser um facilitador de processos, ajudando inclusive no crescimento da área. Gestor de Agroindústria dentro da DMS Logistics, Diogo Ferreira enfatiza a importância do Compliance para o momento atual do comércio exterior: “o Compliance precisa ser encarado como uma proteção e não um obstáculo, um facilitador de processos, ajudando a enfrentar exatamente momentos desafiadores, como o que estamos vivendo”.

Ele lembra: “a palavra Compliance vem do verbo em inglês “to comply”, que significa trabalhar em conformidade, seguir procedimentos. Ou seja, em uma primeira instância, entendemos que a aplicação do Compliance traz processos mais assertivos e com mais qualidade para uma companhia”.

“No ambiente corporativo”, explica Diogo, “o Compliance cresceu muito de uns anos para cá. Grandes empresas têm departamentos exclusivos para tratar desse tema, que permite uma maior conformidade ou até mesmo integridade corporativa. Aplicar esse serviço significa estar alinhado às regras da empresa, que devem ser observadas e cumpridas atentamente”.

As principais áreas de atuação do Compliance, hoje, se referem a anticorrupção; fraude; privacidade; monitoramentos; Código de Conduta; Código de Ética; integridade; treinamentos; Gerenciamento de riscos; reporte de erros e canais de denúncia. “Se não existirem procedimentos básicos, é muito provável que ocorram prejuízos financeiros ou de integridade para a empresa”, lembra o gestor.

No comércio exterior não poderia ser diferente. Diogo pondera: “talvez essa área seja mais sensível, pois tem relacionamento com diversos intervenientes, como despachantes, Receita Federal, armadores, Transportadoras, terminais de cargas diversos, órgãos regulatórios e muitos parceiros de negócios no Brasil e no mundo, o que dificulta o entendimento e posterior cumprimento de normas”.

Para Diogo, se proteger é necessário já que o Compliance lida diretamente com a reputação da empresa e a percepção do mercado em relação à sua conduta: “nos tempos de hoje, com a internet na palma da mão, facilmente se descobre qual a reputação de qualquer empresa. E, obviamente, ninguém quer fazer negócio com empresas com baixa reputação”.

Ele finaliza lembrando que é possível estruturar o Compliance, caso a empresa ainda não tenha: “é possível escrever procedimentos básicos que ajudem a blindar onde há mais suscetibilidade ao erro, começar com pequenos passos, para depois proteger a empresa como um todo. Quando o assunto é comex, certamente é melhor investir em Compliance do que tentar contornar uma situação complicada”.


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