Exportações brasileiras para os EUA desaceleram e desafiam planejamento de empresas nacionais

Diante da retração do mercado norte-americano, companhias como a IBL World acompanham o redirecionamento de cargas e o aumento de parcerias logísticas com investidores chineses

O enfraquecimento das exportações brasileiras para os Estados Unidos começa a provocar uma reconfiguração significativa no comércio exterior e no setor logístico nacional. Com a imposição de tarifas mais altas e o aumento do custo de produtos brasileiros no mercado norte-americano, diversas empresas estão revendo contratos, redirecionando embarques e buscando novos destinos comerciais.

A IBL World, unidade internacional do Grupo IBL, confirma que a queda nas exportações para os Estados Unidos já é sentida em diferentes segmentos da economia. Segundo levantamento interno da companhia, o volume de embarques para o país caiu cerca de 30% nos últimos meses, refletindo a perda de competitividade e a suspensão de contratos.

De acordo com o diretor da IBL World, Fernando Balbino, o impacto foi imediato. “Os embarques para os Estados Unidos caíram. Tanto o aéreo quanto o marítimo diminuíram. Isso é uma realidade. A carteira caiu cerca de 30%, porque muitos clientes perderam contratos ou o produto ficou caro demais e inviável. Algumas empresas deram férias coletivas e outras estão em busca de incentivos do governo, principalmente de crédito e ICMS”, explica.

Com esse novo cenário, empresas brasileiras têm buscado alternativas em mercados emergentes e no próprio consumo interno. A IBL World tem acompanhado o movimento de redirecionamento de cargas, intensificação de negociações e aumento na procura por novos parceiros comerciais. Enquanto os embarques para os EUA perdem fôlego, a China tem ampliado sua presença e interesse no Brasil, enxergando oportunidades de acesso direto ao mercado consumidor e de formação de parcerias logísticas.

A companhia observa o crescimento constante de delegações chinesas em território brasileiro, especialmente interessadas em infraestrutura, e-commerce e contratos de fornecimento de longo prazo. De acordo com a IBL, muitos desses investidores buscam compreender a legislação local e estabelecer bases próprias de operação no país, firmando parcerias com empresas que possuam estrutura física robusta e capacidade para atender grandes volumes.

“O que era um problema alarmante acabou se tornando uma chance de crescimento. Tínhamos projetos previstos para o próximo ano que foram antecipados, e muita coisa deve se concretizar até o final deste ano”, conclui o diretor.



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