Avanço na agropecuária sustentável brasileira
Adoção de sistemas ILPF tem crescido no Brasil e ajudado setor
A tecnologia tem sido fator fundamental para o avanço de diversos setores. O alto nível de adoção tecnológica tem trazido ainda consequentes benefícios para o setor agropecuário associados à melhoria da eficiência dos sistemas produtivos e de sua capacidade adaptativa aos possíveis efeitos negativos da mudança do clima.
Como mostra a uma pesquisa patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, elaborada pelo Kleffmann Group, com acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente. O estudo mostrou grande adesão do setor agropecuário brasileiro ao uso de sistemas de ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) no Brasil.
O ILPF é uma estratégia que contempla os componentes lavoura, pecuária e silvicultura em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, bem como as suas variações. Denominada uma Rede de Fomento, a ILPF é uma parceria público-privada formada pelas empresas Cocamar, Dow AgroScience, John Deere, Parker, Syngenta e a Embrapa. Iniciada em 2012, a Rede, que é co-financiada pelas empresas privadas e pela Embrapa.
De acordo com o relatório, os incrementos na adoção de sistemas ILPF no Brasil nos últimos anos foram consideráveis entre os pecuaristas, que nos últimos cinco anos registraram um aumento de 10%. Entre os produtores de grãos o crescimento tem sido de 1% a cada cinco anos. Para os idealizadores da pesquisa esse avanço significa o incremento da capacidade adaptativa dos sistemas produtivos diante dos desafios impostos pela mudança do clima, além de potencializar ganhos biológicos e econômicos decorrentes do aumento da eficiência dos sistemas produtivos.
Para eles, todo este esforço contribui para o cumprimento das metas assumidas de forma voluntária pelo Brasil perante a ONU (Organização das Nações Unidas) na COP-15 e revisadas em Paris na COP-21. A ratificação do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima pelo governo brasileiro, em 2016, fortaleceu ações do referido Plano, incluindo em sua "Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC)" o incremento de mais cinco milhões de hectares com sistemas ILPF, totalizando nove milhões de hectares até 2030.
O compromisso brasileiro é de diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de 36,1% a 38,9% até 2020, tendo como base as emissões de 2005. O acordo foi incorporado na Política Nacional sobre Mudanças no Clima (Lei nº 12.187/2009), por meio dos Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas. No setor agropecuário, os compromissos foram estabelecidos pelo "Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura", também denominado Plano ABC.
O Plano ABC estabeleceu mudança progressiva na trajetória de emissões de gases de efeito estufa via adoção de tecnologias capazes de promover a redução da intensidade de emissões de gases de efeito estufa ou o incremento de remoções. “Um dos investimentos é no sistema de produção integrada, como o sistema ILPF, cujo objetivo estabelecido foi a ampliação em quatro milhões de hectares no nível de adoção deste sistema até 2020, representando um potencial de estoque entre 18 e 22 milhões ton”.
A manutenção da fertilidade em solos tropicais, por exemplo, é um desafio que envolve um processo continuado de planejamento e gestão. “A mudança do clima pode impor novos desafios para o setor agrícola, em função da vulnerabilidade do setor. Apenas com investimentos em ciência e tecnologia será possível dispor de alternativas para contrabalancear possíveis impactos negativos”.
Anda segundo o estudo, o ganho em resiliência e a disponibilidade de opções tecnológicas são estratégias-chave para assegurar a competitividade do setor agrícola em um mercado extremamente competitivo e desafiador.
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