Novo Processo de Importação redefine operações portuárias
A implementação gradual do Novo Processo de Importação (NPI) no Brasil tem gerado discussões sobre seus impactos nas operações portuárias e na cadeia logística do país. A medida busca desburocratizar e simplificar as operações de importação e exportação, centralizando informações e documentos em uma única plataforma digital para otimizar processos, permitir o registro antecipado de dados, integrar sistemas governamentais e visualizar o fluxo completo da mercadoria.
Sob a óptica do maior terminal de contêineres da América do Sul, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), o novo processo traz agilidade, maior controle e transparência para seus clientes. A TCP, que atende importadores de setores estratégicos como agronegócio, automotivo e químico, vê no NPI uma oportunidade de aprimorar ainda mais seus serviços.
Desafios enfrentados na adaptação
A transição para o NPI, que começou de forma faseada para algumas operações em outubro do ano passado, apresenta algumas complexidades. Para a TCP, uma questão significativa é a centralização das informações, que em certas localidades ainda estão espalhadas por diversos órgãos. Embora a empresa reconheça que a unificação completa levará tempo, ela a considera fundamental para otimizar a operação. Para superar essa etapa, o terminal vê como essencial o trabalho em equipe entre importadores, terminais, agentes e operadores, a fim de colaborar para a aplicação adequada do processo. Um exemplo desse esforço colaborativo é que a TCP vem promovendo encontros trimestrais com despachantes — classe considerada estratégica — para esclarecer dúvidas sobre o processo logístico geral.
Oportunidades de eficiência e otimização
Apesar dos desafios, o NPI abre portas para oportunidades importantes, com a agilidade se destacando como um ganho principal. O novo processo permite a simplificação e a desburocratização do despacho aduaneiro, inclusive antes da chegada física do contêiner. Isso resulta em liberações mais rápidas das mercadorias, beneficiando diretamente os clientes que buscam a chegada célere de suas cargas.
Para a TCP, a liberação rápida significa um menor tempo de permanência da carga no terminal , possibilitando um maior giro e a capacidade de atender a maiores volumes de forma mais eficiente. Essa otimização é fundamental no cenário atual de demanda aquecida no comércio exterior brasileiro. Embora o fluxo majoritário na TCP seja de exportação (cerca de 65% a 70%), a importação (aproximadamente 30% a 35%) atende setores como o automotivo, que demanda a máxima agilidade. O NPI auxilia a utilizar a capacidade existente dos terminais da melhor forma.
A transparência e a segurança também são vistas como oportunidades, aumentando a confiabilidade para todos na cadeia logística. O modelo do NPI prevê um gerenciamento de riscos aprimorado, permitindo que a fiscalização se concentre em operações de maior risco. A otimização do uso da tecnologia para cruzamento de informações antecipadas e o compartilhamento de dados com todos os órgãos anuentes em uma única janela de inspeção evitam retrabalho e tornam as ações fiscais mais efetivas.

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