Brasil tem ponto de equilíbrio

Competitividade depende de vários fatores mais um em especial: governabilidade

Vários fatores nos passam a cabeça quando falamos em melhora da nossa competitividade, mas de fato tudo isso passa por um fator necessário para que tudo funcione: um sistema logístico eficiente. Para Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional, esse sistema precisa agir de forma que não prejudique a colocação do produto brasileiro nos mercados interno e externo, facilitando a entrega de insumos e a distribuição do produto final com segurança e em prazos adequados. “Outro fator que pesa na competitividade do produto brasileiro é a carga tributária, uma das maiores do mundo. Para estimular os investimentos, precisamos de um sistema tributário mais simples e menos oneroso”. Lourenço ressalta ainda, a necessidade de se obter um ponto de equilíbrio entre a necessidade de arrecadação do Estado e a manutenção de um bom ambiente de negócios.

Com diversas falhas técnicas e operacionais, o Brasil ainda pena quando o assunto é infraestrutura e competitividade, fatores altamente alinhados. Junto a isso estão variáveis vitais a serem alcançadas: sanar as falhas internar, ganhar competitividade no comércio exterior r combater a inflação.

Para Lourenço nesse sentido essas variáveis são vitais para que o País equilibre suas contas, mas, para tanto, ele salienta um fator primordial: governabilidade. “Caso contrário, o governo Temer vai cair na mesma paralisia dos governos anteriores. O que se espera (ainda) é que esse seja um governo de transição ao estilo de Itamar Franco (1930-2011), que abriu espaço para as reformas que ajudaram a estabilizar a economia”.

Segundo o executivo, que se espera do novo governo é reorganização na economia, sobretudo a partir da despesa pública, superando a atual crise fiscal, econômica e social. “Tudo isso depende de apoio do Congresso, o que já não parece tão certo como parecia ao final de agosto quando ficou definida a saída da ex-presidente Dilma Rousseff, pois Temer também já foi alcançado por um escândalo de vulto. A perspectiva de duas trocas de presidente da República num curto período de tempo surge como desastrosa para uma economia que já está aos pedaços”.

Lourenço afirma que sem o fortalecimento político desse “governo-tampão”, não haverá como implementar as reformas necessárias para tirar o País da crise. “Ou seja, não haveria como abrir portas antes de 2019”, disse.

Quando o comércio exterior brasileiro ser completamente competitivo, Lourenço diz ser uma previsão complicada de se fazer, mas adianta “que se o País se abrir para novos acordos comerciais com outras nações e blocos e fizer os ajustes necessários para corrigir as falhas internas, provavelmente, no começo da próxima década, a situação do nosso comércio exterior será outra e bem mais favorável”.

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