Resultados abaixo do esperado
Seriam esses reflexos da crise da navegação em containers?
A A.P. Moller-Maersk anunciou resultados bem abaixo do esperado no terceiro trimestre. E as más notícias não param por aí, para 2016 a companhia não espera resultados operacionais positivos. Uma das maiores empresas de containers do mundo, a Maersk registrou queda de 44% no terceiro trimestre do ano para US$ 438 milhões. Segundo o relatório da companhia, os resultados foram impactados principalmente pelas menores taxas de frete.
O lucro diminuiu para US$ 426 milhões, com aumento de lucros na Maersk Oil e Maersk Drilling, compensado por uma perda na Maersk Line. De acordo com os resultados, as ações tiveram queda de 8,45% para 9.265 coroas suecas, chegando ao máximo de 9,54%. O Grupo que vendeu a sua parcela restante de 1,6% para o Danske Bank A/S, uma fatia correspondente a 16 milhões de ações a DKK (Krone Dinamarquês) 200 por ação, conta que a estrategia faz parte da nova orientação estratégica do Grupo, juntamente com a nova equipe e estrutura de gestão anunciadas em setembro. (Leia no Guia)
Vale ressaltar que de acordo com o relatório da companhia mais atualizações ainda serão feitas no ‘Capital Markets Day’ em dezembro. Para a companhia "o resultado não é satisfatório, mas é justificado por preços baixos". O relatório aponta ainda que o volume cresceu 11%, para 2,7 milhões FFE impulsionado principalmente pelo aumento da demanda devido à situação com a Hanjin Shipping (Leia no Guia) e graças ao aumento significativo no volume de backhaul (viagem de retorno). Na demanda global de containers, a estimativa da gigante dinamarquesa é de crescimento na média de 1-2%, enquanto a frota de containers mundial cresceu cerca de 3%.
Em capacidade a Maersk Line cresceu 3,8%, para 3,1 milhões TEU, em fretes a alta foi de 6,4%, acompanhando o aumento de volume. As taxas médias de carga diminuiram 16% e se deterioraram em todos os comércios: América do Norte, Ásia Ocidental e África Central, como aponta o relatório. O declínio mais concentrado ficou com a Oceania e os comércios europeus que também foram notavelmente mais baixos.
Analistas do mercado estimavam que a empresa apresentasse lucros de US$ 501 milhões, porém a empresa anunciou ainda que os resultados operacionais de 2016 vão ficar bem "abaixo" de mil milhões de dólares. A anterior previsão apontava para que os resultados deste ano recuassem "significativamente" dos 3,1 mil milhões de dólares de 2015.
No relatório a companhia ressalta que “a orientação do Grupo para 2016 está sujeita a uma incerteza considerável” devido à evolução da economia mundial, as taxas de frete de containers e do preço do petróleo. E ressalta “que os resultados esperados pelo Grupo dependem de inúmeros fatores”.
Perspectivas:
Maersk Line ainda espera um resultado significativamente abaixo do registrado no ano passado (1,3 mil milhões USD) para 2016. E espera que a demanda global de transporte de containers por via marítima aumente em cerca de 2% em linha com expectativa anterior de 1-3 %.
Maersk Oil ainda espera um resultado subjacente positivo, que deverá ser alcançado com um preço do petróleo abaixo de US$ 40 por barril em relação ao preço anterior, na faixa de US $ 40-45. E mantém uma produção esperada de 320-330 boepd (312.000 boepd), e custos de exploração abaixo do ano passado (US$ 423 milhões).
APM Terminals ainda espera um resultado significativamente abaixo do registrado em 2015 (US$ 626 milhões), devido à demanda reduzida no óleo produzindo em economias emergentes, produtores de petróleo e ajustes de rede por parte de clientes.
Maersk Drilling espera um resultado em linha com o ano passado (US$ 732 milhões).
APM Shipping Services mantém a expectativa de um resultado significativamente abaixo do resultado de 2015 (US$ 404 milhões) predominantemente devido a taxas mais baixas e a atividade da Maersk Supply Service, além das taxas mais fracas da Maersk Tankers.
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