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O Brasil no caminho da roça: os desafios logísticos desse setor que alavanca a economia do País em plena crise

Em franca expansão, o setor agrícola brasileiro já representa 24% da cadeia produtiva do País, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Apesar de impulsionado pelas altas taxas do dólar, pela demanda mundial por commodities, e por acordos internacionais em consolidação gradativa, o mercado ainda enfrenta problemas na distribuição e na logística, que comprometem a competitividade do País.

Além disso, o avanço das tecnologias mostra discrepância entre o que se considera “porteira para dentro” e “porteira para fora”: dentro das fazendas produtoras, a aplicação de técnicas de plantio, sementes e equipamentos beira a excelência, porém, com os acessos e a infraestrutura disponíveis, muito se perde nos transportes e na escassez de centros de armazenagem, ainda bastante aquém do ideal.

Outras questões, como o fenômeno El Niño, interferiram pesadamente no saldo das safras, com mudanças climáticas extremamente prejudiciais, deixando o setor vulnerável. Para a sorte do Brasil, de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mundo tem demandando cada vez mais alimentos, e o País tem tudo para ser o grande provedor global. Foi nessa mesma toada que vimos, no último mês, a indústria frigorífica brasileira abrir as portas do mercado norte-americano, depois de 17 anos de barreiras e negociações.

Enquanto a produção vai se desenvolvendo nos mercados nacionais e internacionais, novas rotas vão se consolidando e a importância da intermodalidade fica mais do que evidente. A logística brasileira passa por mudanças claras, com o escoamento feito em hidrovias, ferrovias, o fortalecimento do mercado do Nordeste e das rotas de exportação pelo Norte, que já recebe ¼ da movimentação fluvial do País, com crescimentos constantes e expressivos.

A nova composição do governo federal, embora polêmica e de aceitação duvidosa por grande parte dos eleitores, deixa bastante claro que enxerga a necessidade de construir um novo modelo para o país, compreendendo a necessidade de atrair investimentos para a infraestrutura, de modo a melhorar a competitividade.

O PPI (Programa de Parceria de Investimentos) promete estabelecer diretrizes e prioridades, em conjunto com os ministérios e agências, e de maneira mais próxima à Presidência da República. Entre as novas propostas, está a remodelagem das concessões, de modo a criar mais pontos de atração para o investidor, especialmente o estrangeiro. E a logística aparece com destaque na nova agenda: dos 34 projetos que foram destinados pelo PPI a concessão em setembro, 11 são do setor de transportes.

Se a infraestrutura está entre as prioridades do Brasil, o tema não é diferente em outros países. A KPMG International elaborou um estudo sobre infraestrutura que mostra que: os governos seguem lutando contra os gargalos burocráticos; mercados emergentes continuam a sofrer com a falta de financiamento; e, por outro lado, a relação entre os setores público e privado e o contribuinte, que já vinha apresentando melhoras, continua a evoluir. Para o futuro, a entidade espera que a sinergia entre administrações públicas e empresas investidoras atinjam melhores níveis de performance, com mais decisões pautadas na competitividade e eficiência do que na ideologia e interesses.

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