Portos brasileiros: entraves ou alavancas?

Em editorial de lançamento do Guia Portuário, Martin von Simson fala do trabalho do Guia Marítimo na direção do desenvolvimento do País

Portuario2016 MENOREm tempos de forte retração da economia mundial e cenário absolutamente nebuloso no Brasil, a demanda por modernização e crescimento do sistema portuário, inclusive acessos, nunca foi tāo importante. Há necessidade de investimentos, o que parece um contrassenso diante da crise que assusta e afasta do Brasil os grandes investidores. Porém temos algumas vantagens, inclusive no histórico da nação, que já passou por crises profundas e formou profissionais capazes de se adaptar às adversidades de um mercado complicado.
O Guia Marítimo vem acompanhando o desenrolar da política nacional e da economia mundial, uma combinação que não tem sido favorável para nenhuma indústria. Historicamente, entre as várias lições que se pode aprender a partir dos momentos de crise está o posicionamento claro das entidades e o esforço na direção do bem comum, ainda que o caminho para isso seja discutível de acordo com cada ponto de vista.
Embora diversos especialistas não considerem o agronegócio como a melhor saída para o desenvolvimento de um país, acompanhamos a economia brasileira conquistar algumas oportunidades nas exportações, não apenas como forma de sobreviver ao câmbio desequilibrado para o real, mas também como uma solução para atender à crescente demanda mundial por alimentos. O sucesso da atividade, no entanto, não depende apenas da produção, mas também – e principalmente – de soluções inteligentes de logística para escoamento e condições de negociação.
Em editorial preparado para o lançamento da Edição 2016 do Guia Portuário, o diretor do Grupo Guia, Martin von Simson, enfatiza a necessidade urgente de dirigirmos todos os esforços para tornar os produtos brasileiros mais competitivos por meio de um conjunto de medidas, que passam invariavelmente pelo serviço portuário. “Investir em infraestrutura e na exportação é a alavanca indiscutível para sairmos da atual crise”, afirma Martin.
Como parceiro do segmento de comércio exterior há um quarto de século, o Guia Marítimo sempre sustentou sua posição em relação ao que entende como saídas para transformar os portos em facilitadores, em vez de entraves ao desenvolvimento do país. “Batalhar pela privatização, buscar investidores internacionais, aumentar a oferta de empresas, melhorar o planejamento de obras, além de seguir e obedecer cronogramas são ações primordiais para viabilizar a retomada do crescimento do País”, menciona ainda no editorial.
O mercado já assumiu como fato que a crise ainda trará uma sequência de más notícias, porém a esperança do Guia Marítimo é de que esta conjuntura venha mostrar que é hora de todos se posicionarem, de modo a criarmos um ambiente mais favorável ao trabalho e à competição, de modo a reinserir o Brasil no mercado mundial.
O Guia Marítimo tenta fazer a sua parte, colocando-se à disposição para ouvir e dar voz aos exportadores, potenciais importadores, operadores; batalhar pela multimodalidade como forma de melhorar os custos da produção nacional; e ajudar a posicionar melhor o país com base em planejamento, e não de interesses.
“É hora de decidir se queremos ver nos portos uma alavanca social ou o entrave que atrasa o país, e reconhecer que os custos da ineficiência se revertem, invariavelmente, em alto custo social”, completa Martin von Simson.
A partir do seu lançamento, durante a Feira Intermodal South America, o Guia Portuário estará disponível em versões impressa e on-line, principalmente pela facilidade de mantermos a edição digital sempre atualizada e de fácil consulta.

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