Sinal verde para a infraestrutura

Setor privado sinaliza retomada nas obras apesar de incertezas políticas

Apesar do cenário ser de incertezas tanto políticas quanto econômicas, representantes da iniciativa privada mostram otimismo com a possibilidade de voltarem a investir em obras de infraestrutura a partir do ano que vem. Otimistas com as mudanças promovidas pela equipe do novo governo no setor como um todo.

No entanto, o fato do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) ser considerado por esses representantes "mais bem projetado" do que as concessões feitas durante os mandatos da ex¬-presidente Dilma Rousseff pouco devem contribuir para retomada da economia no curto prazo, já que são projetos mais complexos.

A ampliação do período entre o lançamento dos editais do PPI e a assinatura do contrato e o fim da modicidade tarifária são apontadas como alguns dos fatores com influência direta do governo que aumentaram o otimismo da iniciativa privada. A maior capacidade de diálogo do atual governo também foi elogiada. "Isso mudou da noite para o dia", disse Roberto Faldini, ex-¬presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, outros fatores independentes do governo, como as taxas de juros baixas no exterior, também devem contribuir para essa retomada.

A criação do PPI foi uma das primeiras medidas tomadas por Temer, que inclusive preside o conselho do programa. Ao todo, o governo quer estabelecer 34 parcerias com o setor privado, em rodovias, ferrovias, aeroportos e obras de saneamento, entre outras.

Ainda que não haja uma estimativa oficial sobre o impacto que o PPI teria na atividade, o secretário de Articulação de Investimentos e Parcerias do programa, a estimativa de alguns especialistas é que ele pode aumentar o PIB em 1% nos próximos anos. Além disso, a tendência é que os impactos indiretos na atividade sejam ainda maiores. Outros órgãos do governo também mantêm o discurso sobre a importância de a iniciativa privada voltar a participar das obras de infraestrutura. Já empecilhos às parcerias, como a crise política e os juros altos, podem atrapalhar, mas não devem impedir os investimentos.

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