Acionistas defendem que Hapag-Lloyd assuma o controle da HMM
A Coreia do Sul está prestes a dar um passo crucial na privatização da HMM (Hyundai Merchant Marine), com os credores estatais delineando o processo de venda. No cenário competitivo de licitação, investidores minoritários têm demonstrado preferência notável pelo único licitante estrangeiro na corrida, a alemã Hapag-Lloyd.
O Banco de Desenvolvimento da Coreia (KDB) e a Corporação de Negócios Oceânicos da Coreia (KOBC) estão se desfazendo de suas ações na HMM, com o objetivo final de privatizar a empresa. Essa medida foi tomada em 2016, quando as autoridades assumiram o controle da transportadora, devido a sérias dificuldades financeiras.
Até o prazo final em 21 de agosto, quatro partes apresentaram propostas. O KDB afirmou que selecionará os licitantes qualificados para a segunda rodada até o final deste mês. Posteriormente, será conduzida uma análise detalhada (due diligence), com a divulgação do licitante preferido prevista para o início de novembro.
A venda tem potencial para render cerca de US$ 4,5 bilhões aos credores estatais. Entre os quatro licitantes estão a Hapag-Lloyd, o Grupo Harim (controlador da Korean Line Pan Ocean), além da LX Holdings e do Grupo Dongwon, empresas sul-coreanas com interesses em logística.
Ainda que parte da comunidade marítima coreana manifeste apreensão quanto à possibilidade de uma empresa estrangeira assumir a transportadora de bandeira do país, um grupo de acionistas minoritários está liderando uma campanha em prol da Hapag-Lloyd, membro da aliança THE Alliance.
A Federação das Indústrias Marítimas da Coreia e o Conselho de Desenvolvimento do Porto de Busan divulgaram uma declaração argumentando que "vender a HMM para a Hapag-Lloyd poderia resultar em uma fuga de ativos nacionais inestimáveis da Coreia para o exterior, como o know-how acumulado ao longo de décadas em logística marítima, além do sistema de transporte e gestão de terminais de contêineres".
Em vendas anteriores de empresas de navegação coreanas, investidores estrangeiros não obtiveram sucesso.
"Embora seja uma questão específica da Coreia no caso da HMM, a perspectiva nacional ganhou força considerável durante as perturbações causadas pela pandemia e intensificou a visão entre os políticos de que talvez não seja prudente deixar infraestruturas críticas, como o transporte de contêineres, sob controle de entidades estrangeiras", sugeriram analistas da Sea-Intelligence em seu mais recente relatório semanal, destacando a crescente influência da política nacional nas aquisições de transportadoras.
Apesar disso, um grupo de acionistas minoritários argumenta que a Hapag-Lloyd é a melhor opção.
"A aliança de acionistas minoritários enxerga a Hapag-Lloyd como a candidata que pode aumentar o valor corporativo da HMM, considerando suas proporções de pagamento de dividendos e efeitos de sinergia comercial", afirmou Hong Yi-pyo, líder da aliança de acionistas minoritários, em entrevista à mídia local nesta semana.
Caso a Hapag-Lloyd vença a rodada de licitação, sua capacidade operacional crescerá quase tanto quanto a da COSCO, tornando-se assim a quinta maior transportadora do mundo em termos de capacidade operacional.

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