Ataques a navios no mar vermelho desencadeiam alerta global no setor logístico

Os recentes ataques a navios porta-contêineres no Mar Vermelho e Canal de Suez levantaram sérias preocupações no setor logístico, dado que aproximadamente 10% do comércio mundial passa por essa rota vital. O impacto previsto inclui possíveis atrasos nas movimentações de carga global, maior pressão sobre rotas alternativas e aumento da demanda por serviços de transporte não afetados.

Segundo a análise da MTM Logix, a implementação de fatores de ajuste de bunker (BAF), aumento geral nas tarifas de transporte e sobretaxas de guerra são esperados nos próximos dias. Isso não afetará apenas os serviços redirecionados, mas pode influenciar todo o setor devido à interconectividade das redes globais de transporte marítimo.

O Brasil será diretamente impactado, já que pelo menos 9% de todas as cargas brasileiras de contêineres passam pelo Canal de Suez diariamente, conforme levantamento da Datamar. Isso representa um volume médio de mais de 1.400 TEUs por dia.

Mario Veraldo, CEO da MTM Logix, destaca as preocupações sobre o fluxo de petróleo, alimentos, grãos e bens de consumo. "Para o Brasil, um segmento que pode ser bastante afetado são as exportações de carne para os países do Oriente Médio, já que cerca de 21% desta categoria passa pelo Canal de Suez".

A necessidade de redirecionar navios ao redor da África aumentará os tempos de trânsito, resultando em espera prolongada para atracação, descarregamento e processamento de carga. Mesmo regiões não diretamente ligadas ao trânsito do Mar Vermelho ou Canal de Suez podem enfrentar atrasos e imprevisibilidade nas programações de transporte.

Mario Veraldo enfatiza a importância das torres de controle da cadeia de suprimentos, especialmente aquelas integrando Inteligência Artificial. Essas torres capacitam as empresas a tomar decisões ágeis com base em dados, recebendo alertas oportunos sobre possíveis atrasos e ajustando estratégias de maneira precisa.

"As torres surgem como um farol de esperança para as empresas, oferecendo uma supervisão centralizada da cadeia de suprimentos. Mesmo durante eventos como este, as empresas podem manter eficiência e confiabilidade nas necessidades logísticas", conclui Veraldo.


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