Dificuldades no segmento Suezmax
NAT reporta prejuízo e analistas têm pontos de vista diferentes sobre o futuro da companhia
Aberta a temporada de relatórios financeiros das empresas listadas publicamente, nesta segunda-feira (08), o armador de navios-tanque Nordic American Tankers publicou seu faturamento líquido de US$ 23 milhões para o segundo trimestre do ano, alarmando o mercado com os 26% de queda anual. Com 28 embarcações Suezmax, utilizadas no mercado spot, a empresa conseguiu faturar uma média de US$ 28.500 por dia no último trimestre, o que representa 27% a menos do que no mesmo trimestre do ano anterior – isso quando possuía apenas 22 Suezmax em serviço, faturando US$ 38.800 por dia.
As análises dos especialistas no mercado marítimo acerca dos resultados da NAT divergem: enquanto alguns acreditam que a companhia consiga passar a tempestade, outros atestam que a administração deverá encarar decisões difíceis pela frente.
Em 28 de julho, a NAT reduziu seus dividendos em 58%, atingindo US$ 0,25 por ação. Ficou no ar a pergunta: a NAT conseguirá de fato cumprir com seus compromissos de capital, que incluem duas novas construções com entrega programada para o início de 2017, em uma época em que o retorno financeiro proveniente de suas operações vem caindo? Ou deverá reduzir ainda mais os dividendos, aumentar a dívida e buscar o equilíbrio das contas por meio de venda pública de ações?
“Recuperação”
O analista Omar Nokta, da Clarksons Platou Securities declarou, em um relatório, que espera que a NAT “lide com facilidade com as demandas do crescimento a partir dos recursos existentes”. Ele também prevê que a empresa atinja uma “recuperação nos dividendos do quarto trimestre quando começa uma temporada geralmente mais forte”.
“Decisões difíceis”
No espectro inverso, os analistas da Jefferies, Doug Mavrinac, e da Evercore ISI, Jon Chappell. “Com a expectativa de ainda mais queda no fluxo de caixa proveniente de operações, acreditamos que a NAT deva reduzir ainda mais os seus dividendos nos próximos trimestres”, declarou Mavrinac, que também não viu com bons olhos a venda de ações pela família do chairman e CEO da NAT, Herbjorn Hansson. “A participação do quadro administrativo na NAT já foi reduzida em mais de um milhão de ações nos últimos 12 meses, o que significa cerca um corte de 30%”, ressaltou.
Já Chappell, afirmou que, em algum ponto, a empresa deverá fraquejar, alertando que o balanço financeiro da NAT no segundo trimestre caiu para parcos US$ 25,9 milhões, e isso representa o menor nível atingido desde o primeiro trimestre de 2013. “Do nosso ponto de vista, a NAT vai custear a maioria dos comprometimentos com mais dividas, levando o desequilíbrio a aproximadamente US$ 450 milhões até o início do próximo ano; isso sem falar na proporção entre o capital e a dívida, (debt-to-equity), que pode passar de 30% pela primeira vez na história da companhia”, prevê o especialista. Embora ele considere essa proporção moderada para os parâmetros da indústria da navegação, há outros fatores envolvidos, como a redução anterior dos dividendos, e a atual pressão por que passa a indústria de Suezmax hoje em dia, com a maior quantidade de encomendas de navios tanque até 2017. “O conselho deverá tomar algumas decisões bastante difíceis num future próximo, especialmente em um momento no qual a modernização da frota é cada vez mais importante, dada a idade avançada das embarcações da NAT”.
Embora a NAT tenha declarado em informativo nesta semana que “não planeja colocar capital à venda”, Chappell reforçou ainda que uma oferta “está sendo esperada no mercado”.

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