Tecnologia e inovação vão reger o setor de Petróleo e Gás

Pesquisas divulgadas durante a Rio Oil & Gas revelam os resultados e as perspectivas para a indústria de combustíveis

A queda dos preços do petróleo, combinada com a crise política que evidenciou para o mundo inteiro os esquemas de corrupção no governo brasileiro, colocaram o setor de óleo e gás do Brasil em um momento bastante delicado. Por outro lado, a situação levou a indústria a repensar suas estratégias, como melhoria da regulamentação, políticas de compliance e a firme intenção de resgatar a estabilidade política, em um esforço para recuperar a reputação brasileira no mercado global.

De acordo com o relatório produzido pelo Lloyd’s List sobre o nosso mercado, “o Brasil agora parece mais bem posicionado para se estabelecer como um dos principais produtores mundiais de óleo e gás”. A pesquisa compilou as perspectivas de mais de 240 empresas no setor de óleo e gás, explorando suas ações diante das novas tecnologias e ideias de inovação em meio a uma época crítica para a economia brasileira.

Entre as questões propostas pela pesquisa, as empresas responderam quais seriam as principais barreiras à inovação hoje no Brasil, quais os desafios para o emprego de novas tecnologias, e o impacto de políticas específicas sobre o setor, como a arrecadação obrigatória de 1% para redirecionamento a ações de pesquisa e desenvolvimento. A pesquisa realizada pelo Lloyd’s Register teve o apoio do IBP (Instituto Brasileiro de Biocombustíveis), e consultou uma amostragem de 240 empresas, sendo 35% operadores de petróleo e gás, 57% prestadores de serviço, fornecedores ou empreiteiras e 7% reguladores. Do total, 70% representavam companhias privadas, 15% empresas de capital aberto, 2% participantes de joint ventures e 7% de estatais ou parcerias público-privadas. As áreas de atuação dos pesquisados variou entre pesquisa e desenvolvimento (22%), operações (20%), produção (22%), estratégias (6%), financeira (11%) e administrativo sênior (19%).

Das 26 tecnologias listadas na pesquisa, todas foram consideradas importantes para trazer impactos para o futuro, ficando para curto prazo a robótica submarina e outros equipamentos subaquáticos, tecnologia de sensores, como monitoramento sem fio, e escavações de alta pressão e alta temperatura.

Entre as principais barreiras à inovação, o preço do petróleo se destacou: 74% dos respondentes concordam moderada ou fortemente com o fato de que os valores de mercado diminuíram ou até impediram boa parte das iniciativas na direção da inovação, embora o cenário atual já esteja mais propício para melhorar as expectativas. De uma maneira geral, no entanto, os pesquisados se declararam satisfeitos com seus objetivos em termos de pesquisas e desenvolvimento.

Ainda durante a feira Rio Oil & Gas, realizada nesta semana no Rio de Janeiro, a ANP lançou também a versão digital do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2016, consolidando dados referentes ao desempenho da indústria de petróleo, gás natural e biocombustíveis e do sistema de abastecimento nacional no período de 2006 a 2015.

Alguns dos destaques do relatório foram a produção nacional de petróleo do ano de 2015, que apresentou crescimento expressivo de 8,1%, atingindo 889,7 milhões de barris (média de 2,4 milhões de barris/dia ante a produção média de 2,3 milhões de barris/dia em 2014) e a 12ª colocação do Brasil no ranking mundial de produtores de petróleo.

O aumento da produção nacional foi relacionado ao aumento da produção no pré-sal, que cresceu 55,7% na comparação anual, passando de 179,8 para 280,1 milhões de barris em de 2014 para 2015, o que representa 31,5% da produção nacional total.

Gás natural também teve aumento da produção: 10,1% acima do volume alcançado no ano anterior. Nos últimos 10 anos, a produção de gás natural no País apresentou crescimento médio de 7,9% ao ano e acumulado de 98,5%.

Investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) chegaram a R$ 1 bilhão. Já o montante gerado pelas participações governamentais atingiu R$ 25,3 bilhões em 2015, sendo R$ 13,9 bilhões em royalties e R$ 11,4 bilhões em participações especiais.

Clique aqui para obter a versão digital do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2016. Para acessar a pesquisa original do Lloyd’s List, pertencente à série Technology Radar da publicação, clique aqui.


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