Operadores do porto público do ES criam associação

Preocupados com a expansão dos terminais privados sobre os berços públicos, operadores pretendem convencer a SEP e a ANTAq a rever o projeto

Nascida a partir da necessidade de maior representatividade dos operadores de berços públicos de Vitória, a recém-criada AOPES (Associação dos Operadores Portuários do Espírito Santo) já tem uma primeira agenda, que será demover a SEP e a Antaq de realizar o projeto de expansão dos terminais de contêineres arrendados em Vitória e Vila Velha da forma como está previsto atualmente. 

Segundo o presidente da AOPES, Nilo Martins de Cunha Filho, a expansão solicitada pelos terminais Peiú e TVV prejudicaria a operação atual do porto público, que ficaria sem berços operacionais suficientes para a sua atividade portuária.

Martins alerta que o porto público (cuja vocação está na movimentação de granéis) tem um papel importante no desenvolvimento socioeconômico da região, gerando empregos e regulando o mercado. “Nossos associados, notadamente os que operam através dos berços públicos administrados pela Codesa, são responsáveis por 66% do total de cargas movimentadas no Porto de Vitória, e de cerca de 55% das requisições de mão de obra avulsa junto ao OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra)”, afirma o presidente da associação.

A lei dos portos determina que, para expandir, é necessário haver uma avaliação técnica e operacional que determine inviabilidade de operações e, então, criar nova licitação. No entanto, Martins afirma que a expansão que beneficiaria os terminais de contêineres não segue os critérios exigidos, uma vez que os berços atualmente operados no porto público são operacionais, movimentando uma quantidade expressiva de granito, granéis sólidos, ferro gusa, produtos para indústrias de petróleo, cargas projeto, produtos siderúrgicos, veículos, entre outros produtos.

A sugestão da AOPES seria, portanto, que a SEP e a ANTAq interrompessem o projeto para realizar estudos e traçar um plano que contemple também a operacionabilidade do porto público.

Como alternativa, Martins sugere o desenvolvimento de Barra do Riacho, uma área que considera viável para expansão não apenas na costa, como também em píeres que avancem sobre o mar.

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