Os mesmos problemas de sempre

Falta de integração e de planejamento prejudicam os portos

Assunto antigo no Guia Marítimo, a estrutura portuária precária no o Brasil ainda padece de maiores investimentos para dar competitividade a logística e ao escoamento do produto nacional. Porém, de Norte a Sul, erros grosseiros do governo afastam investidores e jogam pelo ralo o dinheiro público. Enquanto obras de dragagens no homologadas provocam desperdício de quase R$ 700 milhões no Rio Grande do Sul, falhas em editais resultam em sala vazia nos leilões de quatro áreas de TUPs (Terminais de Uso Privado) no Pará.

Um dos problemas recorrentes é a sobreposição de cargos públicos que interferem nas obras de infraestrutura e, por não atuarem de forma conjunta, provocam atrasos nos empreendimentos. Um exemplo é o ocorrido no Porto de Rio Grande (RS). Em 2009, dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo investiu R$ 196 milhões para aprofundar o calado do canal e R$ 500 milhões no alongamento dos molhes. O objetivo era ampliar para 16 metros a profundidade na parte interna e para 18 metros fora do canal para receber navios com maior capacidade de carga.

Apesar de realizadas, as obras no foram homologadas pela Marinha do Brasil e navios de maior porte nunca foram permitidos de navegar pelo complexo. Hoje, seis anos depois de concluída, a dragagem precisa ser refeita por conta dos sedimentos que se depositaram no local, a um custo de mais R$ 397 milhões. Procurada, a SEP (Secretaria Especial dos Portos) disse apenas que “todas as obras feitas serão realizadas com base em estudos técnicos”.

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