Apesar da crise, cooperativismo cresce

Com condições competitivas, setor, responde por 22% do total exportado pelo agronegócio brasileiro

“A crise econômica restringe os investimentos, mas é nesta hora que o cooperativismo surpreende”, a afirmação é do presidente da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo) e do Sescoop/SP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo), Edivaldo Del Grande.

Segundo ele, reunidos em cooperativas, os produtores diminuem os custos operacionais, aumentam o poder de negociação e a possibilidade de agregar valor à produção. “As cooperativas viabilizam o negócio dos mini e pequenos agricultores que, sozinhos, não conseguiriam sobreviver”, reforça Del Grande.

De 2014 para 2015, o movimento financeiro das cooperativas agropecuárias de São Paulo aumentou de R$ 19,1 bi para 19,6 bi, ou seja, 2,6%. Eram 136 cooperativas em 2014 e em 2015 este número subiu para 142 cooperativas, um aumento de 4,,4%. Em número de produtores cooperados, o avanço foi de 182.254 para 188.851, ou seja, 3,6%.

É importante ressaltar que as cooperativas agrícolas estão inseridas no nicho de agronegócio, setor de extrema importância para a economia do País. Somente o Estado de São Paulo dispõe do maior e mais moderno sistema agroindustrial do País e um dos mais expressivos do mundo, tendo 7,9 milhões de hectares de terra voltados ao agronegócio, o que representa 32% do seu território total de 24,8 milhões de hectares, segundo o IBGE.

Com condições competitivas, setor responde por 22% (US$ 21,9 bilhões) do total exportado pelo agronegócio brasileiro, segundo dados de 2011 do Instituto de Economia Agrícola. Maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, o interior de São Paulo também é responsável por 60% de toda a produção de suco de laranja do mundo, além de contar com uma forte presença na produção de açúcar (304 milhões de toneladas/ano) e carne bovina, com US$ 2 bilhões em exportações. (IEA – 2012).

O agronegócio engloba uma ampla gama de atividades, desde produtos agrícolas básicos a pesquisa aplicada à biotecnologia. Existem diversos segmentos industriais que trabalham com matérias-primas agropecuárias alimentícias e não-alimentícias (fiação e calçados, por exemplo) e fornecedores de insumos (fertilizantes, tratores, máquinas agrícolas, defensivos, etc.).

Essa diversidade assume contornos mais acentuados na economia paulista em decorrência do grau de sofisticação de sua estrutura produtiva e de sua base de pesquisa científica e tecnológica. Dentre os principais produtos exportados, destacam-se: cana e sacarídeas (US$ 9,2 bilhões), bovídeos-bovinos (US$ 2,6 bilhões), frutas (US$ 2,3 bilhões), produtos florestais (US$ 2 bilhões), café e estimulantes (US$ 0,9 bilhão) (IEA - 2012). Vale ressaltar, ainda, que o setor movimentou mais de R$ 20 bilhões em 2014.

O executivo lembra ainda que a Casa do Cooperativismo Paulista, estande de apoio aos produtores rurais de cooperativas na feira Agrishow 2016, será realizada esta semana em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Segundo ele, a feira deve gerar 1,9 bilhão em negócios, “igualando a marca do ano passado e serviu como uma vitrine de que a recessão passou longe do nicho”.

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