Ciclo (des)virtuoso marca 2017

Executivo lembra que muitos brasileiros tinham a ilusão de estar no primeiro mundo, embora a realidade seja outra

Novo governo nos EUA, novas diretrizes para as exportações de manufaturados brasileiros, crise econômica e política no Brasil, forte recessão econômica e impactos negativos em todos os setores da economia do País. Esse é o cenário desestabilizador pintado por muitos analistas. Mas é esse também o cenário que nos espera ano que vem? Na opinião de Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional, sim.

Apesar de muitos acreditarem que o novo governo americano pouco tem a interferir sobre a economia brasileira, Lourenço alerta: “as perspectivas para 2017 dependem muito das diretrizes a serem adota das a partir de janeiro pelo novo governo dos EUA, que são hoje o principal destino de exportações de manufaturados brasileiros”.

Em 2015, o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e o Departamento de Comércio dos EUA assinaram um Memorando de Intenções sobre Normas Técnicas e Avaliação da Conformidade, que procura eliminar obstáculos, reduzindo a burocracia e custos e prazos no cumprimento de exigências técnicas necessárias à atividade exportadora.

Dados da OMC (Organização Mundial do Comércio) mostram ainda que a maior parte das compras e vendas entre nações é realizada por meio de acordos bilaterais ou por blocos. “Portanto, é fundamental para o fortalecimento do comércio exterior ampliar a rede de acordos, pois só assim o País deixará o atual isolamento”, ressaltou, destacando ainda esperar que esse entendimento venha a prosperar. “Espera-se também que seja assinado logo um acordo entre o Mercosul e o Canadá, aproveitando o interesse já manifestado pelo governo canadense. Trata-se de um mercado bilionário e ainda pouco explorado”, disse o executivo, mencionando que o Canadá é hoje o 18º destino das exportações brasileiras.

No entanto, Lourenço ressalta que, nesse cenário, o Brasil fica apenas com 1% de um mercado avaliado em US$ 109 bilhões ao ano. Seja como for, ele aponta que, de janeiro a outubro deste ano, enquanto as vendas totais ao exterior caíram quase 5%, as exportações para o Canadá subiram 2%, já que aquele país importa muito nos setores de máquinas, alimentos, química, metalurgia e automotivo.

No âmbito da OMC, ele destaca que o Brasil assinou um Acordo de Facilitação de Comércio que permitirá uma redução de 40% nos prazos médios de exportação e importação, com impactos positivos sobre a competitividade das mercadorias e sobre o PIB. Com o novo sistema, o governo espera um crescimento significativo nos números do intercâmbio com os Brics”. Mas ele afirma: “Não podemos nos limitar aos Brics, como parecia ser a intenção dos últimos governos”.

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