Nova estrela das exportações mexicanas

Frutas: indústria mexicana cresce no mercado de mirtilos e pais se estabelece como líder no fornecimento de amoras para o mundo

Um levantamento realizado pela Aneberries (Associação Nacional dos Exportadores de Bagas) apontou um crescimento de 20% ao ano na produção de amoras no México. Mas os mirtilos (ou blueberries) parecem ser a sensação do momento, com crescimento a uma taxa superior a 70%. De acordo com Mario Alejandro Andrade, presidente da associação, o fruto é o que mais está crescendo no país, e o mais procurado, depois do morango.

"Hoje, o mirtilo é o fruto com o crescimento mais rápido, e deve continuar crescendo nos próximos 4 ou 5 anos”, disse, mencionando também que o México tem duas estações por ano para essa qualidade de frutas. “Houve uma, recém-finalizada em junho, e agora o país está se preparando para uma segunda, que começa em setembro”, disse.

Entre os principais destinos dos mirtilos estão os Estados Unidos, Ásia e Europa, onde os EUA notavelmente consomem 85% a mais de berries mexicanas. Andrade explicou que, por ser uma nova indústria no México, ainda não há estatísticas oficiais de berries. No recente Congresso Internacional de México Bagas, eles lançaram as bases para gerar tais estatísticas .

"Acreditamos que vamos ter este tipo de informação a partir do próximo ano. A estimativa é de que cerca de 3.500 hectares devem ser plantados no México”, salienta Andrade. Quanto à amora, ele explicou que é um mercado muito solidificado. "Hoje, o mundo volta suas atenções para a amora-preta, e o México também tem o mesmo foco".

Para o presidente da Associação, esse é um negócio bem estabelecido, que não traz um grande crescimento, mas é diversificado. “Estamos vendo novas variedades, o que é muito inovador”, salientou.

Com uma campanha exatamente dirigida a impulsionar esse crescimento, a associação declara que, além dos 20% estimados, em termos de valor, a última temporada fechou com US$ 1.500 milhões e, para este ano, já são projetados US$ 1.800 milhões.

"Pessoalmente, eu tenho minhas dúvidas quanto a fatores climáticos. Temos uma campanha, mas a questão das chuvas é um fator alarmante, como foi o caso das últimas duas semanas, quando tivemos chuvas que valeram por todas as que não tivemos na estação inteira. Então podemos ter efeitos causados por questões climáticas", disse.

Sobre inovação, ele explicou que, no caso dos mirtilos, quase que 50% do que está sendo plantado no México está em vasos e substrato, segundo ele, uma maneira de ter uma agricultura mais protegida e controlada. "Nós vemos muita inovação no mercado de amoras e framboesas".

No que se refere a novos mercados, Andrade mencionou que a China, país com o qual o México já mantém um comércio de amoras e framboesas, está prestes a assinar um Protocolo Fitossanitário. Para o mercado de mirtilos, ele salienta uma possível assinatura deste protocolo em novembro, para exportações a partir de janeiro ou fevereiro.

Por outro lado, Tom Richardson, vice-presidente de desenvolvimento global da Giumarra Companies disse que " os volumes industriais estão crescendo” e que espera excelentes resultados para esta temporada, que começou um pouco mais cedo, com alguns pequenos volumes chegando aos EUA. "O México tem muito boas condições para o crescimento de amoras, e, assim, a maioria do que é consumido nos EUA vem desta fonte. Além disso, a proximidade com os EUA torna o México um parceiro perfeito para os importadores daqui", finalizou.

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