Com dólar acima de R$ 4, Brasil fecha 2015 com superávit de US$ 19,7 bilhões na balança comercial

MDIC relata que o superávit de US$ 19,681 bilhões é o resultado mais alto desde 2011, embora diversos itens da pauta tenham apresentado queda significativa. Queda dos commodities em 2015 é visto como grande influência sobre os resultados

images (2) O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou no início da semana os dados totais da balança comercial do ano de 2015, indicando que houve superávit de US$ 19,681 bilhões, o resultado mais alto desde 2011. Em 2014, a balança havia sido fechada com déficit de US$ 4,054 bilhões.


Em valores, a média diária das exportações ficou em US$ 764,5 milhões, o que representa 14,1% a menos do que a média do ano anterior (US$ 889,7 milhões). Houve diminuição significativa de receita no minério de ferro (-44,8%), petróleo em bruto (-27,1%), carne bovina (-18,5%), carne suína (-18,2%), farelo de soja (-15,9%), fumo em folhas (-11,6%), soja em grão (-8,8%), carne de frango (-8,5%), café em grão (-6,9%) e algodão em bruto (-3,7%). Por outro lado, a balança mostra aumento das vendas de milho em grão (28,9%) e minério de cobre (11,2%). A retração também é significativa no grupo de manufaturados: óleos combustíveis (-61,8%), máquinas para terraplanagem (-30,1%), motores e geradores (-18,3%), bombas e compressores (-12,4%), açúcar refinado (-12,3%), motores para veículos e partes (-10,7%), autopeças (-9,9%), polímeros plásticos (-6,8%) e plataforma para extração de petróleo (que representa queda de -0,8%, no entanto possui um grande impacto nos índices totais da balança por seu alto valor agregado). Houve crescimento nas exportações de tubos flexíveis de ferro/aço (39,7%), laminados planos (24,5%), aviões (19%), veículos de carga (10,1%), óxidos e hidróxidos de alumínio (8,9%), automóveis de passageiros (6,6%) e papel e cartão (3,7%).


Já as importações chegaram a US$ 685,8 milhões de movimento diário em média, um desempenho 24,3% abaixo do registrado em 2014 (US$ 905,7 milhões, em média, por dia útil). Três categorias de produtos foram significativas na retração dos índices de importação em 2015: básicos (-19,5%), manufaturados (-8,2%) e semimanufaturados (-7,9%). Houve queda nas importações de combustíveis e lubrificantes (-44,3%), bens de capital (-20,2%), matérias-primas e intermediários (-20,2%) e bens de consumo (-19,6%).


Segundo o secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, a grande influência sobre os resultados da balança foi a queda dos preços das commodities em 2015. “As exportações cresceram 10% em quantidade em 2015, mas a redução de 22% nos preços internacionais mitigou o ganho obtido”. De acordo com o secretário, minério de ferro, produtos do complexo soja e petróleo foram os itens que mais tiveram impacto sobre a queda dos preços internacionais.


Durante a coletiva de imprensa, Godinho destacou o crescimento das exportações de automóveis e a expectativa positiva em relação ao setor para o ano novo. “Tivemos um crescimento de 75,5% em unidades nas vendas para o México, de 5,8% para a Argentina e de 12,8% para o Uruguai. Com os acordos automotivos firmados com esses países e o câmbio como facilitador, acredito que teremos resultados positivos em 2016”.


Godinho ainda destacou que o atual cenário deverá impulsionar as exportações de produtos manufaturados. “Em 2015, tivemos uma redução significativa no déficit da balança de manufaturados, que passou de US$ 109,5 bilhões em 2014 para US$ 71,9 bilhões em 2015. Como resultado, os industrializados responderam por quase 52% da pauta de exportações brasileira”, afirmou.


O principal desafio para 2016, segundo ele, é o andamento do acordo entre Mercosul e União Europeia. “Nossa expectativa é trocar ofertas e concluir o acordo de livre comércio com a União Europeia. A proposta do Mercosul está pronta. Aguardamos uma definição dos europeus”.



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