Logística diferenciada pode ser decisiva para as exportações de carne in natura
Futuro das exportações brasileiras para EUA e outros mercados pode ser decisivo
O setor do agronegócio movimenta mais de US$ 7 bilhões em exportações, cerca de 46% do total das exportações do País contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira. No setor os números já são expressivos: cerca de 23% do PIB e 33% dos empregos têm origem no agronegócio.
A Divisão Beef da Marfrig Global Foods foi a primeira a assinar um acordo para a abertura do mercado de exportações de carne in natura para os EUA pelo modal aéreo - a JBS foi a primeira a embarcar carne in natura com destino ao estado norte-americano pelo modal marítimo através do armador da Hamburg Sud – uma cota de exportação que já chegou a 65 mil toneladas. Os dados são da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) que ainda apontou um potencial exportador ainda maior: 100 mil toneladas, um total de cerca de R$ 1,4 bi.
A Fermac International foi a empresa responsável pelo primeiro embarque da carne in natura brasileira aos EUA, e de acordo com o diretor comercial da companhia, Marco Aurélio Soares, a empresa possui total expertise quando se trata da cadeia do frio. “Considero o fluxo de informações como o principal fator para tornar a logística da ‘cadeia do frio’ eficiente. O monitoramento deve ser 24 horas por dia, sete dias na semana. Qualquer ruído no caminho necessita a intervenção do operador logístico para o sucesso da operação”, disse Soares.
E na opinião de Francisco Jardim, Superintendente do Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento), o avanço não para por aí e aponta que o Brasil ainda pode ter muito a ganhar com as exportações. “A maior conquista da abertura do mercado norte-americano é a possibilidade de o Brasil ocupar espaço na exportação de carne para o consumo de países asiáticos, como Japão e Coreia do Sul. Se conseguimos cumprir as exigências para a entrada da carne brasileira nos EUA, poderemos chegar a este gigante mercado asiático”, prevê.
De acordo com o CEO da Divisão Beef da Marfrig, Andrew Murchie, o trabalho da companhia gira em tornar seu produto disponível para os consumidores estrangeiros. E aponta que “a pecuária brasileira tem uma capacidade fantástica para aumentar sua produção mundial e abrir novos mercados para a carne in natura produzida no país”, destacando ainda os benefícios da abertura do mercado norte-americano e seu efeito positivo sobre México, Canadá e outros mercados de alto valor agregado.
Porém vale ressaltar que mesmo em meio ao dinamismo inerente à produção agropecuária, a competitividade e os desafios são cada vez mais complexos. Dados mostram que o Brasil perde em média anualmente mais de R$ 11 bilhões devido aos riscos extremos, o que corresponde a 1% do PIB Agrícola. As ameaças são em parte bem conhecidas e permitem identificar as oportunidades e as ações necessárias para mitigá-las, respondê-las ou transferi-las.
A logística é destacada como um diferencial de importante para a competitividade para se atingir todos os níveis desse potencial exportador do Brasil seja com os Estados Unidos ou com outros mercados, como a Ásia. A Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) aponta que o custo logístico no Brasil corresponde aproximadamente a 12% do PIB, o que torna essa variável bastante considerável no custo final das exportações brasileiras de carne. Já o Instituto ILOS (Instituto de Logística e Supply Chain), divulgou esse mês que este número - soma dos gastos com transporte, estoque, armazenagem e serviços administrativos - já responde por 12,7% do PIB.
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