Estudo traça o perfil de consumo de varejo nas Américas
Consumidor latino-americano faz 6% de suas compras em meios eletrônicos, das quais 42% provêm de fornecedores sem estoque
2015 foi um ano cheio de variáveis na indústria do varejo das Américas, de acordo com o estudo do Euromonitor, empresa internacional de Business Intelligence e Análise de Mercado. Apesar das diversas economias em retração por toda a América Latina, a maioria dos países registrou crescimento considerado de moderado a “saudável” em sua economia local (o que não pode ser dito a respeito do Brasil).
No entanto, a desvalorização das moedas face ao dólar americano em países como o Brasil, a Colômbia, México, Chile e o próprio Canadá resultaram em orçamentos governamentais mais apertados, queda nos índices de segurança do consumidor e aumento dos preços de importados, fazendo despencarem as vendas do varejo.
A cada US$ 100 gastos pelo consumidor latino-americano, US$ 6 são por via eletrônica. Na América do Norte, o valor é o dobro.Como reflexo da fragilidade das economias, o consumidor se tornou mais cauteloso não apenas quanto às marcas que consome, mas também quanto aos canais de varejo e formas de pagamento. Descontos oferecidos pelos pontos de venda, programas especiais dos cartões de crédito e compras de grandes embalagens com menores preços unitários têm se tornado estratégias de sucesso para atrair consumidores.
Tendências de consumo
Em um panorama geral, o estudo mostra particularidades de cada país: enquanto os chilenos deixaram de visitar os supermercados para retomarem o hábito das feiras de rua, o Equador mostra consumidores migrando para pequenos mercados de bairro; na Argentina, o grande sucesso são os programas de descontos oferecidos tanto por lojas físicas quanto por canais eletrônicos de vendas; a Venezuela luta para amenizar a concorrência dos barraqueiros sobre os canais formais de distribuição e vendas.
Já no Brasil, o destaque ficou para os chamados “atacarejos”, grandes supermercados que abrem mão de espaços decorados e aconchegantes, serviços e embalagens de primeira linha, para oferecer produtos de qualidade a preços mais baixos. Esses centros de compras atendem tanto à população que perdeu grande poder de consumo por conta da recessão quanto o a chamada classe “high end”, cujos hábitos sofisticados de consumo permaneceram pouco abalados até o final do ano passado, o que faz com que a procura pelos atacarejos ainda permaneça por cerca de cinco anos, de acordo com o Euromonitor.
Comércio Eletrônico
O Euromonitor comparou os hábitos de compra da América Latina com os dos norte-americanos EUA e Canadá em canais eletrônicos e concluiu que, enquanto o consumidor brasileiro faz pela internet 6% de suas compras, o americano reserva o dobro da verba para o mesmo canal: US$ 12 a cada US$ 100 gastos.
Outra tendência que vem bastante atrelada ao comércio eletrônico é a modalidade de varejistas sem estoque próprio: 70% das vendas realizadas online na América do Norte provêm de fornecedores sem depósito físico, enquanto, na América Latina, a parcela de gastos com esse tipo de empresa ainda está em 42%.
Os analistas entendem que a baixa porcentagem, comparativamente, está relacionada aos hábitos do consumidor, porém também leva em conta o acesso da população aos meios digitais, bem como ao sistema de cartões de crédito, ainda não tão abrangente nos países latino-americanos.

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