Gerando polêmica desde que chegou ao mercado, na competição direta com o serviço de táxis, o Uber ainda é “massacrado” pelo setor, já que os taxistas alegam perder grande parte dos clientes para o aplicativo. Pensando em uma maior expansão, o criador do aplicativo Uber está tentando expandir seus horizontes com novas áreas de mercado: a logística.

De acordo com Oscar Salazar, sócio do aplicativo, investimentos estão sendo feitos agora no que está sendo conhecido como “Uber dos Caminhões”, que é o aplicativo CargoX. Salazar aposta agora que o mercado brasileiro de cargas rodoviárias passará pela mesma transformação que o transporte individual de passageiros. A previsão é de que, nos primeiros dois anos de operação, o investimento chegue a R$ 100 milhões.

A empresa já possui em sua base cerca de 100 mil motoristas cadastrados. Segundo o criador do projeto – que vem sendo implementado desde o ano passado –, a ideia é aproveitar a ociosidade do mercado que chega a 40% do Brasil, trazendo aos clientes 30% de economia garantida com o uso do aplicativo, que trabalha com otimização de rotas e fretes menores.

“Pretendemos revolucionar o mercado de transporte de cargas no país, com o fortalecimento da cadeia logística. Nós acreditamos em um crescimento rápido, com faturamento que pode ultrapassar os R$ 48 milhões no primeiro ano de atuação”, prevê Salazar.

De acordo com ele, o que chamou a atenção dos criadores do aplicativo foi o volume de transporte de cargas no Brasil e Mercosul, já que atualmente, o transporte de cargas rodoviários brasileiro é responsável por mais de 65% do volume de mercadorias movimentadas no Brasil e seu custo representa cerca de 6% do PIB do país.

Até o momento, ainda não houve manifestação expressa das transportadoras sobre o novo aplicativo. Resta aguardar para saber se o novo aplicativo poderá prejudicar os interesses das empresas de transporte, como parece prejudicar os taxistas, e quais os argumentos utilizados para tentar a proibição de sua utilização, se é que isto ocorrerá.