Varejo de olho nos transportes
Relatório BI Intelligence destaca setor de entregas como o braço mais lucrativo das empresas de e-commerce
O segmento de encomendas — a vertente da indústria dos transportes que se dedica à entrega de pacotes ao consumidor — vem registrando um crescimento expressivo graças à disparada do setor de e-commerce, e os players de fora desse mercado também querem uma carona nessa tendência.
No Brasil, o Grupo Abril, que há mais de 70 anos utiliza o braço logístico para entregas próprias, anunciou em junho a unificação das três marcas da holding DGB para distribuição diária de 350 mil encomendas para 750 grandes players do mercado, entre editores, varejistas, e-commerces e indústrias. No primeiro semestre de 2016, cinco escritórios foram abertos pela empresa, que espera chegar a 100 endereços nos próximos anos. O objetivo da nova companhia, que levará o nome da já atuante Total Express, é estruturar-se para oferecer logística reversa com a mesma capilaridade das entregas, investindo R$ 20 milhões em tecnologia e automação para dar suporte aos novos planos do Grupo Abril. Atualmente, a Total Express atende mais de 2,8 mil municípios, com 5.300 veículos e 600 rotas semanais aéreas e terrestres. Transporta 770 milhões de itens por ano, para mais de 24 mil pontos de venda e até 49 milhões de domicílios.
No cenário mundial, temos acompanhado os esforços das gigantes Amazon, Alibaba e Walmart para se apropriar de uma parcela cada vez maior de suas próprias entregas, levando o mercado à certeza de que os grandes varejistas do mundo estão bem posicionados para reescrever a história da indústria de entregas.
Um relatório realizado pela BI Intelligence destaca algumas tendências do setor:
• Transportes e logística podem ser a próxima oportunidade bilionária para as empresas de e-commerce. O mercado global de entregas, incluindo transportes marítimos, aéreos e rodoviários, já movimenta US$ 2,1 trilhões, de acordo com o Banco Mundial, a Boeing, e a Golden Valley Co.
• Para as empresas tradicionais de transportes, uma significativa parcela de seus negócios está em jogo, diante do crescente mercado de entregas de encomendas do e-commerce. Vinte fornecedores diferentes hoje atendem à demanda da Amazon para entrega de 600 milhões de pacotes por ano, entre eles a FedEx, USPS, e UPS, responsáveis pela maioria dos volumes.
• Até o momento, Amazon, Alibaba, e Walmart vinham focando em estruturar a última ponta da cadeia de suas entregas (last mile), porém as empresas vêm se dedicando cada vez mais a ganhar presença no meio e no início da cadeia (middle e first-mile).
Amazon – A Amazon lançou o serviço de entregas no mesmo dia, intercedendo significativamente em cada uma das etapas da cadeia de entregas, por meio de frota própria de transportes, eliminando terceiros. Além disso, recentemente, estabeleceu rotas próprias de navegação entre a China e a América do Norte.
Walmart - Os interesses do Walmart em expandir as operações de transporte e logística servem quase puramente ao propósito de corte de custos. A empresa começou a adquirir leasing de containers para transportar bens manufaturados da China e tem feito uso cada vez mais amplo de serviços de retirada direta pelo cliente, na busca pela redução nos custos.
Alibaba - O Alibaba, por sua vez, também iniciou a reserve direta de containers nos navios, em sistema similar à iniciativa Dragon Boat da Amazon, o que significa que o Alibaba Logistics agora já consegue oferecer para terceiros o serviço de embarque na etapa inicial da cadeia (first mile).
O relatório oferece ainda dimensões de mercado da indústria de entregas, explicações sobre como o setor funciona, em termos gerais, sugestões do motivo pelo qual os gigantes do varejo via e-commerce devem mudar o rumo econômico mundial, detalhamento das iniciativas da Amazon, do Walmart, e do Alibaba e perspectivas sobre qual será o impacto dessas ações sobre o transporte tradicional.
Importante: o material é pago, e a BI não tem qualquer vínculo comercial com o Grupo Guia. Para acessar o relatório, clique aqui.
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