Itajaí registra queda de 9% na movimentação de cargas em 2015

Entre os dez principais produtos embarcados no Estado, os maiores recuos foram registrados pela soja, motores e geradores elétricos e carne suína. O frango – principal produto exportado pelo Estado e Complexo, também apresentou queda de 16,2%


O Complexo Portuário do Itajaí encerrou o exercício de 2015 com retração de 9% no volume de contêineres operados. O volume de Teus movimentado no exercício de 2015 foi de 983,76 mil Teus, sobre 1,09 milhão de Teus registrados nas operações de 2014. Em unidades, no ano de referência o Complexo movimentou cerca de 588 mil contêineres, um volume 11% inferior aos 657,4 mil do exercício anterior.


Entre os problemas enfrentados pelo porto de Itajaí durante o ano de 2015, houve as obras de reforço e realinhamento do Cais Comercial e seus dois berços, 3 e 4, além de mudanças de linhas de navios, com o advento de novos players no mercado de contêineres, e as fortes chuvas na região, que provocaram o assoreamento do canal e bacia de evolução do Complexo. O clima do ano todo sofreu forte influência do fenômeno El Niño, que, em Santa Catarina e no Sul do Brasil, chegou a comprometer operações devido ao aumento significativo nos volumes de chuva, principalmente nos meses de agosto, setembro e outubro. O porto fechou o ano com 25 dias de impraticabilidade na Barra, além de 33 dias operando com restrições, somando um total de 60 escalas canceladas.


Segundo a administração portuária, o fato de o Complexo de Itajaí operar basicamente produtos acabados e de alto valor agregado também impactou nos resultados, além da conjuntura econômica externa desfavorável: tanto as economias avançadas quanto os mercados emergentes e economias em desenvolvimento tiveram sua previsão de crescimento do PIB reduzidas, e os principais parceiros comerciais brasileiros, como China e Estados Unidos, também apresentaram um menor dinamismo nas suas economias em 2015.


Apesar da retração no movimento local, Itajaí acompanhou a evolução do comércio exterior catarinense, na contramão dos números da corrente de comércio brasileira. As exportações catarinenses fecharam 2015 em US$ 7,644 bilhões, valor 15,8% inferior ao registrado em 2014. Entre os dez principais produtos embarcados no Estado, os maiores recuos foram registrados pela soja (-30,1%), motores e geradores elétricos (-27,6%) e carne suína (-24,7%). O frango – principal produto exportado pelo Estado e pelo Complexo Portuário, que é o segundo maior exportador da mercadoria – teve recuo de 16,2% na mesma comparação.


Em valor agregado absoluto, o Porto de Itajaí manteve-se, em 2015, como o porto brasileiro que apresentou os maiores índices do país: enquanto o Porto de Santos negociou US$ 1,33 por Kg em valores FOB, Itajaí alcançou o valor de US$ 1,90 por Kg movimentado, enquanto Paranaguá, cujo escoamento predominante são commodities, fechou o ano com a média de US$ 0,66 por Kg.


De uma maneira geral, apesar do resultado positivo da balança brasileira, 2015 foi um ano de queda geral das vendas do Brasil para o exterior, que decresceram a uma taxa de 15% em relação a 2014. Nas importações, também registramos queda, da ordem de 25,2%, e o superávit da balança comercial brasileira ficou por conta da diferença cambial aliada à queda das importações em ritmo mais acentuado que as exportações.


Entre os destaques do ano de 2015, Itajaí aponta a execução das obras de reforço e retificação dos Berços 3 e 4, com investimento em 2015 de R$ 110 milhões e investimento total de R$ 160 milhões, por meio de convênio com a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP); conclusão do processo licitatório das obras da primeira etapa da nova bacia de Evolução do Complexo Portuário, pelo Governo do Estado, em 16 de março, no valor de R$ 104 milhões; projeto de dragagem emergencial do canal de acesso e bacia de evolução do Complexo, a ser executado pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), com orçamento de R$ 65 milhões; restauro do antigo prédio da Inspetoria do Porto de Itajaí, além da liberação do licenciamento ambiental para o início das obras da primeira etapa da nova bacia de evolução, em novembro.


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