Plataforma de visibilidade da pegada de carbono contribui para logística sustentável

A logística facilita o comércio global e desempenha um papel importante no crescimento dos negócios em qualquer setor. No entanto, um estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em 2021, mostrou que o transporte logístico é o principal responsável pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil. O setor de logística contribui, em média, com 21% das emissões totais de dióxido de carbono do mundo. 

Em contrapartida, a preocupação dos latino-americanos com a mudança climática está entre as mais altas do mundo, de acordo com as Perspectivas Econômicas da América Latina 2022: Ruma a uma transição verde e justa, da OECD, em média, 68% dos entrevistados reconhecem a mudança climática como uma ameaça muito séria para os próximos 20 anos, e 55,8% defende que o meio ambiente deve ser prioridade e concorda com a ideia de que o governo e as empresas – e não apenas os indivíduos – devem empreender esforços reais em direção à sustentabilidade e preservação ambiental. Globalmente, em média, as principais prioridades ambientais são o aquecimento global, a poluição do ar e a gestão de resíduos.

Essa conscientização tem levado os consumidores a escolher produtos ecologicamente responsáveis, exigindo mais informação para avaliar a sustentabilidade da cadeia de abastecimento global e dos produtos que compram, bem como as matérias-primas utilizadas, as condições em que foram produzidos e a logística dos mesmos. Além disso, há forte pressão de reguladores, investidores e novas leis da cadeia de suprimentos verde para adotar medidas mais sustentáveis e divulgar estratégias, iniciativas e resultados de sustentabilidade.

Embora haja maior conscientização e disposição por parte das empresas para empreender as ações sustentáveis necessárias, ainda existem alguns desafios. A infraestrutura, por exemplo, se limita a apoiar as iniciativas sustentáveis, mas nem sempre oferece instalações para combustíveis verdes, veículos, equipamentos, etc. O custo custo também é mais alto, como o preço dos biocombustíveis comparado aos convencionais e, por último, a falta de um padrão global da indústria na cadeia de suprimentos verde.

Diante desses desafios, uma alternativa, segundo Eric Domínguez, diretor de Soluções Logísticas da Maersk América Latina, é a digitalização, que pode otimizar custos, tempo e esforços através de uma análise de dados precisa.

“Muitas empresas estão buscando uma análise precisa da pegada de carbono para ajudá-las a otimizar os investimentos e garantir que a estratégia de sustentabilidade escolhida tenha o impacto mais significativo possível. A maioria das cadeias de abastecimento é fragmentada e, portanto, muito complexa devido ao aumento do número de partes interessadas. E nosso objetivo é garantir visibilidade total para que eles aproveitem suas jornadas em direção a cadeias de suprimentos descarbonizadas”, explica Eric.

 

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