Com diferentes ações, DP World Santos tem meta de neutralizar as emissões de carbono até 2040

A DP World Santos, terminal privado multipropósito localizado na margem esquerda do porto de Santos (SP), tem como parte de uma estratégia global neutralizar as emissões de carbono até 2040. Para isso, a empresa está atuando em diferentes frentes, que envolvem a eletrificação de equipamentos e também estudos para instalação de uma estrutura de armazenamento movida a energia solar e de uma planta de gás natural liquefeito.

Segundo o vice-presidente comercial da empresa, Márcio Medina, estão sendo feitos altos investimentos nesse processo. Uma das mudanças, já em implantação, é a transformação dos RTGs (guindaste pórtico sobre pneus) movidos a diesel por energia elétrica – um investimento de R$ 80 milhões.

Após dois anos de testes, a primeira máquina adaptada já está em funcionamento e o projeto prevê a transformação de um total de 22 equipamentos até o final deste ano. “Além da questão ambiental, os RTGs eletrificados ficam mais eficientes e com menor necessidade de manutenção. Nossa expectativa é reduzir em 60% o consumo de diesel já em 2025”, explica o executivo. Segundo ele, o processo de descarbonização também prevê a substituição gradual dos 44 ATVs Reach Stacker por equipamentos com uso de energia elétrica.

Iniciativas em estudo

Um projeto ambicioso na unidade seria a instalação do Boxbay, um sistema de armazenamento de contêineres totalmente automatizado patenteado pelo Grupo DP World. A estrutura, movida a energia solar, armazena contêineres em slots em um rack de aço com capacidade de até onze contêineres de altura. A estrutura já está presente no terminal de Jebel Ali, em Dubai (Emirados Árabes), e em Busan (Coreia do Sul). Segundo o executivo, o Boxbay oferece três vezes a capacidade de um pátio convencional. “Ainda não há uma data para a instalação. Nossa capacidade poderia ser ampliada de 1,3 milhão para 2,2 milhões de TEU”.

Medina explica que além da vantagem da emissão zero, já que usa energia solar, e da ampliação da capacidade de armazenamento, a estrutura dá mais velocidade às operações, pois permite a movimentação apenas do contêiner desejado, sem a necessidade da retirada de unidades que estão acima ou à frente como no empilhamento tradicional.

A DP World Santos movimentou no ano passado 1,1 milhão de TEU – crescimento de 2% sobre o resultado de 2022. “Nossa capacidade está à frente da demanda e ainda temos áreas para expandir, mas o Boxbay também seria uma solução”, informa o executivo.

Segundo ele, a questão da descarbonização também já é realidade entre as empresas que operam no terminal. A DP World Santos já recebeu navios porta-contêineres da CMA CGM e da Cosco movidos a gás natural liquefeito (GNL). “Por essa razão, a empresa estuda a instalação de uma planta do combustível dentro de sua área portuária”, antecipou o executivo, sem dar mais detalhes.



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