E a prioridade vai para as rodovias

Brasileiros apontam que investimento em rodovias é necessário para sair da crise

Um estudo encomendado pelo Valor Econômico ao Instituto de Pesquisas Locomotiva apontou que 68% dos brasileiros acreditam que o crescimento do país depende da união do poder público e da iniciativa privada no setor de infraestrutura. Porém, na avaliação de 98% da população o segmento rodoviário é prioritário.

O estudo mostrou ainda que 81% dos entrevistados acreditam que o Brasil precisa de investimento no setor para se desenvolver, porém, a maioria entende que o governo tem áreas mais sensíveis e emergenciais, como a saúde, a educação e a segurança pública. Conforme o estudo, somente 2% dos entrevistados entendem que investimentos públicos devem priorizar a área a infraestrutura à despeito destas outras.

Na avaliação do presidente do Instituto, Renato Meireles, os números demonstram que a população tem a percepção da necessidade de melhorar a infraestrutura e vê na parceria com a iniciativa privada uma saída. O diretor do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, concorda que a união do público e privado para o fortalecimento e desenvolvimento nacional, especialmente quando o assunto é infraestrutura. Destaca que o Brasil tem extensão territorial muito grande e com muitas deficiências, impossibilitando que o governo consiga sanar sozinho os problemas do setor.

Vaz pontua que uma proposta de parceria com o setor privado é conceder a este segmento rodovias mais movimentadas e que podem gerar renda, enquanto o poder público se concentra em garantir melhorias para rodovias com volume menor de tráfego, mas que precisam assistir à população que delas dependem.

Segundo ele, não existe outra forma de melhorar o cenário nacional, que não seja a parceria entre o poder público e a iniciativa privada. Mas ressalta: alguns pontos precisam ser revistos. “Como a manutenção da cobrança de impostos em segmentos que estão sob a responsabilidade da iniciativa privada. Essa isenção do imposto poderia ser revertida em barateamento da tarifa do pedágio, por exemplo”.

O gestor de Relacionamentos da Concessionária Rota do Oeste, Fábio Abritta, destaca que o envolvimento do setor privado no desenvolvimento das rodovias do país é uma realidade há décadas nos grandes centros e vem ganhando espaço no interior do Brasil, que ganha muito com isso. Ele frisa que atualmente, o Mato Grosso é um dos estados mais promissores, com grande representatividade na economia nacional e começou a seguir o caminho dos grandes centros.

Os impactos e melhorias do envolvimento do setor privado em rodovias de Mato Grosso foram divulgados recentemente pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), por meio da 20ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. O estudo demonstra a evolução registrada no segmento nos últimos três anos, principalmente na BR-163, que passou a ser de reponsabilidade da Rota do Oeste, em 2014.

O relatório classifica 43% do segmento federal como ótimo (13,7%) ou bom (29,3%) em 2016, enquanto no ano de 2013 somente 15,7% dessas rodovias apresentavam uma das duas classificações, sendo 0,8% avaliado como ótimo e 14,9%, como bom.

O entendimento da população quanto a necessidade do envolvimento da iniciativa privada no setor, conforme demonstrado na pesquisa realizada “Investimento pela Lógica do Cidadão”, é reafirmado pelo relatório da CNT. O documento aponta que em meio às dificuldades do governo em aplicar os recursos necessários das rodovias, “as concessões têm sido fundamentais para promover a melhoria do País”, descreve trecho do material.

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