Varejo paulista teve menor faturamento da década

Capital está entre os piores resultados; exportações evitaram desempenho negativo em alguns pontos do interior

O faturamento real do comércio varejista paulista para o mês de maio foi o pior da década. Com R$ 46,1 bilhões em vendas, o resultado ficou 4,5% abaixo do mesmo período de 2015, chegando a 5,9% de redução se comparado com o ano anterior. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Apesar do aquecimento de vendas tradicionalmente esperado por conta do dia das mães, das nove atividades pesquisadas, apenas três apresentaram crescimento: farmácias e perfumarias (10,3%), autopeças e acessórios (6,8%) e supermercados (2,2%). Vestuário, tecidos e calçados teve a queda mais expressiva (-15,8%), seguido por eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-14,9%), materiais de construção (-13,2%) e lojas de móveis e decoração (-10,5%).

Na capital paulista, as vendas caíram 5,7%, o quarto pior resultado entre todas as regiões do Estado. Com isso, o varejo paulistano alcança o menor faturamento para maio desde 2009, R$ 879 milhões abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado. A cidade de São Paulo sofre maior impacto dos crescentes índices de desemprego, ao mesmo tempo em que parece ainda não se beneficiar com os aumentos das exportações, que já começam a ser sentidos no interior do Estado, por conta do desempenho mais favorável do agronegócio.


De acordo com a FecomercioSP, a partir de julho, o varejo tende a apresentar taxas de crescimento mensais até outubro, suficientes para encerrar o ano de 2016 com queda próxima de 1%. Caso as projeções se concretizem, segundo a Federação, poderão ser entendidas como “um sinal claro de esgotamento do processo recessivo da atividade varejista”. Embora ainda sem os elementos que permitam assegurar um período duradouro e de longo prazo de recuperação do movimento do comércio paulista em 2017, essa atenuação das quedas nas vendas pode abrir espaços para a necessária retomada dos níveis de confiança dos agentes econômicos e tornar mais propício o ambiente de investimentos.

A notícia positiva é que os índices de confiança medidos pela FecomercioSP na capital indicam que o paulistano está mais otimista com o futuro e essa melhoria de expectativas pode ser um importante sinal de reversão do ciclo negativo do consumo ainda este ano.

A FecomércioSP representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes, o que responde por 11% do PIB paulista e aproximadamente 4% do PIB brasileiro, com a manutenção de 5 milhões de empregos.

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