Brado adapta operações à mudança do mercado internacional e fortalece logística do algodão brasileiro
A safra brasileira de algodão 2024/25 deve alcançar 3,9 milhões de toneladas, crescimento de 5,7% em relação ao ciclo anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar do aumento estimado, a safra é marcada por uma mudança importante no mercado internacional: de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), as exportações para a China diminuíram, enquanto Índia, Paquistão e Vietnã se consolidaram como os novos polos de destino da pluma brasileira.
Seguindo a tendência de mercado, a empresa registrou uma significativa readequação em seus fluxos de exportação. Os embarques para a China, que lideravam no ano anterior, apresentaram uma retração de 65% na comparação de janeiro a agosto de 2025 com o mesmo período do ano anterior. A mesma tendência de queda foi observada nas operações com destino ao Vietnã, que recuaram 40%.
Em contrapartida, a Brado intensificou sua presença em outros mercados. As operações para a Turquia registraram um crescimento expressivo de 82%, acompanhado por um aumento de 79% nos embarques para o Paquistão e de 36% para Bangladesh.
Esses destinos têm em comum a exigência de fumigação com brometo, processo que não é obrigatório para a China. Para atender à nova demanda, a empresa ampliou a capacidade de fumigação no terminal de Rondonópolis de 28 para 75 contêineres, liberando espaço no Porto de Santos e agilizando o fluxo da cadeia logística. “Essa adaptação foi essencial para garantirmos eficiência nas exportações e colaborarmos para a fluidez do porto, que é a principal porta de saída do algodão brasileiro”, explica Mayra Antunes Coelho, executiva de vendas da Brado.
Modernização da estrutura
A empresa também investiu em melhorias no terminal multimodal de Rondonópolis (MT). Foram instaladas sete docas pneumáticas (equipamentos de movimentação e elevação de cargas que melhoram a ergonomia dos operadores e evitam avarias nos contêineres). Outra estruturada renovada foi o parque de máquinas: a Brado investiu na aquisição de 15 empilhadeiras elétricas, tornando a operação silenciosa, com emissão zero de poluentes e menor custo de manutenção a longo prazo.
Outra mudança de patamar foi executada em 2023, foram instaladas três pontes rolantes dedicadas à movimentação da pluma. O equipamento reduz o tempo de descarga dos caminhões e diminui a necessidade de empilhadeiras, trazendo mais segurança, agilidade e integridade aos fardos.
Aliada a essa infraestrutura moderna, a Brado conta com uma equipe experiente, já que 85% dos profissionais do terminal estão na sua terceira safra de algodão. “Nosso time alia a experiência a uma infraestrutura moderna, o que nos dá confiabilidade e qualidade em cada etapa do processo”, destaca Roberto Mattos, gerente do Terminal da Brado em Rondonópolis.
Novas rotas comerciais
Na frente ferroviária, a Companhia fortaleceu sua estratégia multimodal com novas rotas de exportação, com os trens chegando diretamente nos terminais portuários nos portos de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP), todas em parceria com a MRS. A operação pelo porto carioca foi iniciada em 2024. Em 2025, realizou embarques experimentais para terminais portuários de Santos, com contêineres de pluma preparados integralmente em Rondonópolis.
O terminal de Sumaré (SP) tem papel central nesse processo: funcionando como hub logístico, é nele que ocorre a integração entre o trem da Brado e a malha da MRS, permitindo que os contêineres sigam diretamente até a área portuária. Essa estrutura garante mais previsibilidade, elimina etapas rodoviárias intermediárias e amplia a fluidez das exportações, especialmente no pico de escoamento da safra de algodão, entre os meses de setembro e novembro.
Com essas iniciativas, a Brado mantém 98% de pontualidade nas entregas no Porto de Santos – índice medido pela empresa e validado pelos clientes – e cerca de 20% de participação no escoamento do algodão do Mato Grosso, mesmo em cenário de safra recorde. Além disso, o terminal é certificado com o ABR-LOG, programa da Abrapa que atesta padrões socioambientais e de qualidade reconhecidos internacionalmente.
“O algodão brasileiro passa por uma transição importante de mercados, e a logística precisa acompanhar esse movimento. Na Brado, investimos para antecipar soluções, ampliar capacidades e assegurar fluidez ao sistema, reforçando a competitividade da pluma nos principais destinos internacionais”, conclui Mayra.

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