Rumo ALL aprova aumento de capital

Recursos serão usados para reforço de caixa e financiamento do plano de negócios da companhia para investimento nas operações ferroviárias e portuárias

Na semana passada, o jornal Valor Econômico noticiou que o conselho de administração da Rumo Logística, concessionária de ferrovias e portos, aprovou o aumento de capital de R$ 2,6 bilhões para a companhia, superando a capitalização mínima de R$ 2 bilhões estimada pela diretoria para fortalecer o balanço financeiro da empresa.

O aumento será feito mediante a emissão de 1,04 bilhão de ações ordinárias, ao preço de emissão de R$ 2,50. O valor unitário foi fixado após a coleta de intenções de subscrição de investidores institucionais no Brasil e no exterior. A Rumo informou ainda, em comunicado, que não haverá abertura de prazo para desistência, nem modificação dos pedidos de subscrição prioritária e das intenções dos investidores institucionais.

Fruto da fusão entre a Rumo Logística, controlada do grupo Cosan, e a operadora ferroviária ALL – a Rumo ALL fechou o ano passado com dívida financeira líquida de R$ 7,8 bilhões, segundo seu último balanço. Em dezembro do ano passado, a empresa havia aprovado um aumento de capital de R$ 650 milhões, ao preço de R$ 6,05 por ação, mas o mercado reagiu de forma negativa, entendendo que o valor seria insuficiente para aliviar sua situação financeira.

Os recursos serão usados para reforço de caixa e financiamento do plano de negócios da companhia, que tem planos de investir até R$ 7,4 bilhões em suas operações ferroviárias e portuárias em cinco anos, desde o início de 2015. Recentemente, a empresa também fez a rolagem de quase R$ 3 bilhões de sua dívida com um grupo de seis bancos e obteve compromisso de apoio financeiro do BNDES - uma linha direta de até R$ 1,5 bilhão e indireta, por meio de repasses, de R$ 1 bilhão.

A respeito da indenização à Agrovia devido a perda de uma disputa arbitral sobre contratos de transporte de açúcar, segundo apurou o Valor, a previsão da concessionária é de que o desembolso poderá levar mais de um ano para ser efetivado. Ou seja, sem impacto de caixa em 2016.

A disputa com a Agrovia, empresa de logística no mercado de açúcar, começou em 2012 e foi parar em uma câmara arbitral em 2013. A reclamação era que a ALL - que foi incorporada com essa herança - não cumpria os contratos firmados em 2009. No formulário de referência que enviou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Rumo ALL estima perda de R$ 101 milhões para a causa, mas que o valor da indenização poderá variar conforme a liquidação da condenação e atualização monetária do montante.

Segundo apurou o Valor, o processo de cálculo do valor final do ressarcimento à Agrovia, que teve início em fevereiro, não tem data para ser concluído. Vai depender de trâmite interno da câmara e de metodologias para chegar ao número definitivo. Em comunicado, a Rumo informou que a sentença arbitral "limita os valores de indenização e afasta danos emergentes e lucros cessantes pleiteados".

A indenização envolve valores de "take or pay" não cumprimento volumes fixados para os portos de Santos e Paranaguá -, de multas processuais e pelo uso de vagões exclusivos da Agrovia para cargas de outros clientes da ALL.

No mesmo dia, as ações da empresa fecharam o pregão com queda de 16,92%, negociadas a R$ 2,70.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.