Novo round: infraestrutura de transportes e logística com índices alarmantes

E principais passos para essas mudanças precisam começar já

Os desafios e perspectivas para o setor de infraestrutura são muitos, isso é um fato, mas especialistas e representantes do setor destacam alguns pontos principais: planejamento, investimento e desburocratização.

Esses são os principais passos para favorecer a logística de transporte no Brasil, que de acordo com o Relatório da Competitividade Global 2015-2016 realizado pela Inter B (Consultoria Internacional de Negócios) ocupa a 123ª posição da Qualidade Geral de Infraestrutura entre 140 países.

De acordo com a coordenadora de economia da CNT (Confederação Nacional de Transportes), Priscila Santiago, é preciso um plano de transporte integrado e uma política nacional com objetivos e metas de longo prazo bem definidos. A especialista criticou o baixo investimento público em infraestrutura, que, ao longo das últimas décadas, vem diminuindo ainda mais. Em 1975 o percentual era de 1,8% do PIB do país e em 2015 caiu para 0,19%.“É preciso incentivar o investimento privado oferecendo segurança jurídica, garantir a qualidade nos investimentos públicos e renovar a frota para mudar esse quadro no Brasil”.

Com uma economia correndo na contramão do crescimento, alguns especialistas apontam o setor logístico como impulso para retomada. (Leia no Guia). Santiago criticou os vários órgãos que se sobrepõem na gestão de transportes e o índice de apenas 12,4% de quilômetros pavimentados com 57,3% das rodovias deficientes no estado geral de conservação, como contou o Guia marítimo essa semana. (Leia no Guia)

O custo logístico é outro fator que afeta o transporte no Brasil. Só em 2015 o custo logístico total do Brasil representou 11,9% do PIB enquanto o índice dos Estados Unidos ficou em 7,7%. Lamentando esse cenário, Maurício Pimenta Lima, do Instituto de Logística e Supply Chain, explicou que o alto custo deve-se à inadequação do modal disponível. “Na ausência de um modelo de transportes, acabou-se adotando no país o modal rodoviário, que hoje é responsável pela movimentação de dois terços das cargas”.

Em uma comparação com os países do Brics - exceto a África do Sul - Estados Unidos e Canadá, o Brasil está na lanterna no número de rodovias, ferrovias, dutovias e hidrovias. De acordo com ele, a proporção de modais de transportes diferentes traria uma economia de R$ 100 bilhões ao Brasil.


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