Fila de embarcações

Porto do Pecém enfrenta problemas com congestionamento de navios

O Porto do Pecém está enfrentando problemas com o congestionamento de navios. De acordo com a programação disponível no site da Cearáportos, estavam ancorados na área de fundeio 19 navios, sendo 15 carregados de carvão mineral e minério de ferro que se destinam às termelétricas Pecém 1 e Pecém 2 e à usina da CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém). Alguns estão na fila para descarregar insumos para a siderúrgica desde julho.

Entre os fatores que contribuíram para a espera estão as sucessivas interrupções na operação da correia transportadora de carvão mineral do CIPP (Complexo Industrial e Portuário do Pecém), que abastece as térmicas e a CSP. Em setembro, o equipamento passou cinco dias embargada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A ação ocorreu após uma vistoria do órgão e da Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) constatar o vazamento de carvão mineral e fuligem pelo equipamento.

De acordo com Danilo Serpa, diretor-presidente da Cearáportos, em julho a correia sofreu um incêndio, cujas causas ainda estão sendo apuradas. O equipamento também vem passando por manutenções periódicas. "Essa correia já tem mais de três anos, sofreu quebras, passou por manutenção, e recentemente foi embargada. Devido ao incêndio ela passou quase 30 dias parada, então, por esses motivos, a gente está aí com uma fila de navios, o que resultou em atraso na atracação", afirmou, salientando que já estão sendo vistos com a CSP e com as térmicas maneiras de resolver a situação o mais rápido possível.

Para dar mais celeridade do desembarque do carvão, o porto está realizando o descarregamento do insumo em caminhões. Segundo Serpa, além da correia, o descarregamento está sendo feito no Terminal de Múltiplo Uso, justamente para poder diminuir a fila. "Enquanto pela correia é possível descarregar um navio em cinco dias, por caminhão o tempo de descarga chega a nove dias". Segundo Serpa, o porto deve receber em novembro mais dois novos guindastes para ajudar no desembarque de carvão de outras cargas.

Na avaliação do presidente da Câmara Setorial de Logística da Agência do Desenvolvimento do Ceará, Heitor Studart, essa demora se deve a entrega de três berços que ainda aguardam homologação. A previsão da Cearáportos é que dois berços sejam entregues em novembro e o terceiro no primeiro semestre de 2017. "Desde o início do funcionamento da CSP, houve um aumento muito grande do volume de movimentação de carga e descarga de minério e carvão. Esses três berços foram projetados para essa demanda e já deviam ter sido entregues. A Cearáportos precisa agilizar a batimetria porque um dia de navio parado é um custo muito grande", apontou o presidente.

A Cearáportos trata da contratação de empresa especializada para a realização do serviço, que, terá de ser homologado pela Marinha do Brasil. Somente após a homologação é que os berços poderão ser utilizados.

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