Mudanças previstas, mas estamos preparados?
Porto aumenta sua capacidade, prepara-se para entregar projetos, mas alerta que Brasil ainda precisa melhorar muito
Com aumento de 90% na movimentação com relação ao mesmo período de 2015 – mais de 1 milhão de toneladas movimentadas em apenas um mês – o Porto do Pecém prevê fechar 2016 com o recorde histórico de mais de 10 milhões de toneladas. Inaugurado em 2002, o complexo passou por diversas modificações, e não só estruturais, mas também de mercado, como é o caso do constante crescimento das embarcações, que junto traz a necessidade de maior adequação dos portos.
O Coordenador de Desenvolvimento Comercial da Cearáportos (Companhia de Integração Portuária do Ceará), Raul Viana, aponta que, desde a inauguração do complexo, diversas ampliações e melhorias foram realizadas. “Atualmente, estamos avançando com a segunda fase das obras para a expansão do TMUT (Terminal de Múltiplo Uso) com a execução dos serviços de alargamento do quebra-mar e a implantação de três novos berços com 300 metros cada um”.
Um nova ponte com 1.560 metros de extensão e 32,10m de largura será erguida, paralela à que já existe. De acordo com Viana, a expansão também inclui a construção de mais uma correia transportadora de granel sólido, que será exclusiva para movimentação de minério de ferro, trabalhando ao lado da que já existe, que opera carvão mineral.
O quebra-mar será ampliado em cerca de mil metros, orçado em R$ 85,7 milhões, com o objetivo de receber cargas super pesadas (heavy-weight cargo) como por exemplo placas da Siderúrgica, guindastes, cargas de projeto e etc.
Com o desafio de receber grandes embarcações como os navios Post-Panamax, vem a necessidade de portos com grandes profundidades e calados profundos. Este é um grande entrave para a maioria dos portos brasileiros. Porém Viana lembra que o porto figura em uma posição privilegiada, com um calado natural de 17 metros, o que não traz a necessidade de dragagem, drama vivido por exemplo, pelo Porto de Santos. (Leia no Guia).
Porém, segundo Viana, como um porto off-shore, suas operações ocorrem a aproximadamente 3km da costa e “neste sentido, temos a vantagem de sermos um dos poucos portos no Brasil com calado necessário para receber essas embarcações, não sendo esse um gargalo para a nossa realidade”.
Mesmo assim, ele salienta que a realidade brasileira no que se refere às mudanças que irão ocorrer ainda é distante. “Ainda enfrentamos custos operacionais bem elevados na maioria dos portos brasileiros, o tempo de liberação das cargas não é o ideal, pois muitas vezes os órgãos intervenientes não possuem servidores o suficiente para conseguir atender a toda demanda de carga, impactando diretamente no aumento do custo final do cliente para ter sua carga liberada, seja para importação, seja para exportação - e também para a cabotagem”.
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