Porto do Rio de Janeiro avança nos estudos para implementação do calado dinâmico
Durante reunião do Grupo de Trabalho (GT) responsável pelos estudos para melhoria do acesso aquaviário do Porto do Rio de Janeiro, realizada quarta-feira (15) na sede da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), a empresa Argonáutica apresentou relatório sobre as corridas de avaliação do software ReDRAFT®, realizadas para futura implementação do calado dinâmico.
Para os testes necessários de viabilidade e medições nas manobras, foram realizadas 20 corridas em navios porta-contêineres de diferentes portes, com percursos de entrada e saída dos Portos do Rio de Janeiro e de Santos, em condições distintas. As análises apontam uma estimativa de ganho médio de, no mínimo, meio metro sobre o calado máximo de 14,6 metros.
O uso dessa tecnologia traz agilidade no uso do canal de navegação na Baía de Guanabara, mais segurança de navegação, além de benefícios econômicos, pois permite otimizar a capacidade de carregamento nos navios, reduzir a sobrestada das embarcações no porto e maximizar a operação no canal a partir do incremento das janelas de entradas e saídas.
Segundo o gestor do Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações (VTMIS) do Porto do Rio de Janeiro, Marcelo Villas-Bôas, as corridas foram o primeiro passo, mas para a implementação do sistema, “ainda carecemos de definições quanto ao software a ser empregado nos cálculos da folga sob a quilha e janelas de operação, bem como quanto ao monitoramento dos dados batimétricos (estudos maregráficos e sedimentológicos) e ambientais (nível do mar, ondas, ventos e correntes marítimas)”.
Ainda na reunião, o GT – composto por representantes da CDRJ, da Marinha do Brasil (MB), da Praticagem e dos terminais conteineiros - tratou do andamento dos projetos de sinalização náutica do Canal de Cotunduba, cuja previsão é de que esteja operacional ainda no 1º semestre de 2020; e da modernização e reativação das estações maregráficas e oceanográficas, em parceria com a MB, necessárias para a implementação do VTMIS. Também foram iniciados os estudos relativos ao recebimento de navios de 366 metros nos terminais conteineiros e sobre a melhoria da navegabilidade do Canal de São Cristóvão.
Saiba mais sobre Calado Dinâmico
Sistemas como o ReDRAFT® analisam como os diversos fatores ambientais que afetam o comportamento dinâmico de cada embarcação, calculando o calado operacional máximo em cada manobra. A implantação desse sistema vai assegurar que as embarcações, mesmo sob condições meteorológicas e oceanográficas adversas, irão manter uma distância segura entre a quilha do navio e o fundo do canal de navegação.
Uma série de variáveis são consideradas tais como: tipo de navio, velocidade, marés, ventos, correntes, ondas, salinidade, afundamento pela velocidade em águas restritas (efeito “squat”) e o trajeto da embarcação no canal. Todas essas informações e mais os dados de batimetria e características do canal são processados em tempo real, gerando um resultado que apresenta o calado máximo em cada situação, considerando o deslocamento vertical do navio em movimento, sem o comprometimento da segurança da navegação. Esse monitoramento facilita a tomada de decisão quanto à entrada e saída de navios.
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