Santos Brasil dá início à nova etapa de obras para ampliação da capacidade do Tecon Santos

A Santos Brasil dá início a mais uma etapa do projeto de ampliação do Tecon Santos, o maior terminal de contêineres da América do Sul, com a desativação e demolição do seu prédio administrativo e começo da construção de uma nova sede para o terminal, mais moderna e sustentável.

A edificação atual ocupa uma área de 4 mil m2 e se localiza bem no centro do pátio do terminal. Esse espaço, após as obras, será incorporado ao pátio de contêineres, ampliando a capacidade de armazenamento do Tecon Santos. Serão incrementados cerca de 137 mil TEUs (unidade equivalente a 20 pés)/ano na capacidade dinâmica do terminal, contribuindo para que a Companhia alcance seu objetivo de chegar aos 3 milhões de TEUs de capacidade até o final de 2026.

A nova construção ficará ao lado da portaria terrestre, terá cinco andares, cerca de 1,2 mil m2 de área e capacidade para abrigar até 450 funcionários.

A sede nova receberá investimentos de cerca de R$ 72 milhões e sua inauguração está prevista para o segundo semestre de 2027. O projeto está alinhado ao Plano de Transição Climática da Companhia, que tem como meta se tornar net zero até 2040. Terá elementos que atendem aos requisitos da certificação LEED (sistema global de classificação ambientalmente sustentável para edifícios) como o uso de materiais sustentáveis, a exemplo da estrutura de aço leve, brisês metálicos e vidros de controle solar para maior eficiência energética. Contará ainda com terraços verdes e átrio central integrados a elementos da natureza, aumento da área permeável, sistema hidráulico e sanitário mais eficientes, além de integração com o estacionamento de bicicletas.

Equipamentos

Além das obras civis, o ano de 2026 também será marcado pela chegada de dois portêineres (guindastes de cais) e oito RGTs (guindastes de pátio) elétricos. Os equipamentos foram adquiridos pela Santos Brasil neste ano, já embarcaram da China rumo ao Brasil e devem aportar no Tecon Santos em janeiro. São fabricados pela chinesa ZPMC e envolveram investimentos da ordem de R$ 300 milhões.

Os novos portêineres contam com a tecnologia TPS (Truck Position System), um sistema de posicionamento de carretas que define de forma precisa o local de parada dos veículos para as movimentações de embarque e descarga - já presente nas quatro últimas unidades recebidas pelo terminal -, mas com um diferencial: também poderão ser operados remotamente, ou seja, os operadores deixarão o alto da cabine do equipamento para trabalhar à distância no centro de operações do prédio administrativo, assim como já acontece com os RTGs.

Cada portêiner tem 50 metros de altura, do cais à lança, e 70 metros de comprimento de lança, além de capacidade para movimentar até dois contêineres de 20 pés cheios ao mesmo tempo, com até 100 toneladas de carga.

Os novos RTGs se somarão às oito unidades elétricas já existentes. São modelos de última geração, que permitem a operação remota, iniciada no terminal no final de 2024, de forma pioneira no País. Outros 30 RTGs elétricos serão adquiridos nos próximos anos, em substituição aos modelos a diesel. A iniciativa, que garante mais segurança e ergonomia aos operadores, permite a redução de emissão de cerca de 20 toneladas de CO² ao mês por equipamento. A alteração total da frota evitará que sejam lançadas na atmosfera 713 toneladas de CO² por mês, resultando em uma redução de 97% nas emissões desses equipamentos no terminal.

O projeto de ampliação e modernização do Tecon Santos teve início em 2019 e, até 2031, serão investidos cerca de R$ 3 bilhões (valores atualizados), dos quais R$ 2 bilhões já foram empregados.



Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.