Santos Brasil avança rumo à descarbonização com a chegada de dez guindastes elétricos

Atraca hoje no porto de Santos o navio Zhen Hua 35, proveniente do porto de Shanghai, na China, com dois novos portêineres (guindastes de cais) e oito e-RTGs (guindastes de pátio) adquiridos pela Santos Brasil. São equipamentos elétricos, de última geração e que estão alinhados ao conceito de economia de baixo carbono e à sustentabilidade do crescimento da atividade portuária.

Os equipamentos são parte importante das várias iniciativas já em implantação pela Companhia para se tornar carbono neutro até 2040. Compõem também o projeto de ampliação e modernização do Tecon Santos, que receberá investimentos de cerca de R$ 2,6 bilhões (em valores atualizados) até 2031 para aumentar sua capacidade dos atuais 2,4 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) para 3 milhões de TEUs.

A Santos Brasil investiu U$ 45 milhões nestes guindastes (US$ 22 milhões nos e-RTGs e US$ 23 milhões nos portêineres), que atravessaram o oceano já montados na embarcação. Outros R$ 40 milhões serão investidos em obras de infraestrutura elétrica e civil para adequar o pátio do terminal aos novos equipamentos.

Os oito e-RTGs vêm se somar aos demais 39 RTGs a diesel atualmente em operação. Já com os dois novos portêineres, a frota de guindastes de cais do terminal passará para 13 (dez da marca ZPMC e 3 IMPSA) – todos elétricos.

A previsão da Companhia é adquirir outros dois portêineres ZPMC e realizar a substituição gradativa dos atuais RTGs, que são movidos a diesel, por equipamentos elétricos ao longo dos próximos anos.

A substituição de um RTG tradicional por um modelo elétrico permite a diminuição de cerca de 21 toneladas de CO2/mês de emissões de GEE (gás de efeito estufa). A eletrificação total dos guindastes de pátio (RTGs) levará a uma redução de 97% das emissões de GEE desses equipamentos no terminal. Serão 713 toneladas de CO2/mês a menos lançadas na atmosfera, trazendo um enorme ganho ambiental. O aumento do consumo de energia do Tecon Santos será compensado por meio da compra de energia renovável (I-REC).

Os e-RTGs trazem também uma mudança importante para a operação, que é a possibilidade de serem conduzidos de maneira remota, permitindo mais conforto e segurança ao operador, que poderá controlar o equipamento de dentro de um moderno centro de operações.

Para Antonio Carlos Sepúlveda, diretor-presidente da Santos Brasil, a troca do diesel para a eletricidade é fundamental no processo de descarbonização da Companhia, por isso a chegada desses novos equipamentos é um marco. "Estamos iniciando um movimento importante para o crescimento sustentável do porto, aumentando a capacidade do Tecon Santos sem impactos significativos no meio ambiente. Ganham a sociedade, o setor e a Companhia", diz.

A operação para a retirada dos equipamentos do navio deve levar cerca de oito dias e envolve engenheiros do fabricante, além dos times de manutenção, segurança do trabalho, tecnologia da informação, operações e infraestrutura da Santos Brasil. A previsão é que os equipamentos entrem em operação no primeiro trimestre de 2024.



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