CMA CGM lança primeira barcaça elétrica de contêineres no Vietnã

Em um movimento que reforça a tendência global de descarbonização dos transportes, a CMA CGM anunciou o lançamento da primeira barcaça totalmente elétrica de contêineres no Vietnã. A iniciativa é complementada pela construção de uma estação de recarga alimentada por energia solar no porto de Cai Mep, próximo a Ho Chi Minh City, principal gateway portuário do país.

O projeto, desenvolvido em parceria com a operadora logística vietnamita Gemadept, resultou na criação da joint venture Green River Transportation, que será responsável pela operação da nova barcaça e pela oferta de soluções sustentáveis de transporte no Delta do Mekong — uma das regiões logísticas mais estratégicas do Sudeste Asiático.

Inovação na logística fluvial e eficiência ambiental

Projetada pelas equipes de engenharia da CMA CGM, a barcaça será abastecida por uma planta solar instalada no terminal Gemalink, capaz de gerar até 1 GWh de energia limpa por ano. A operação visa reduzir em cerca de 778 toneladas de CO₂ anuais na rota de 180 km entre a província de Binh Duong e Bà Rịa-Vũng Tàu, consolidando um modelo de logística fluvial de baixíssimo impacto ambiental.

A empresa americana NIKE será a primeira a utilizar a nova solução em sua cadeia de suprimentos, reforçando o apelo de práticas sustentáveis em cadeias globais.

Modelo replicável em outras regiões

Além do avanço tecnológico, a iniciativa marca uma mudança estratégica: a CMA CGM aposta em replicar esse modelo em outros países com infraestrutura fluvial, ampliando a adoção de transporte zero emissões em cadeias logísticas.

O serviço deve entrar em operação no início de 2026, integrando-se ao compromisso da CMA CGM de alcançar neutralidade de carbono até 2050 — uma meta cada vez mais incorporada por líderes globais do transporte marítimo.

Tendência global: logística verde ganha escala

A aposta da CMA CGM reflete uma tendência clara: o fortalecimento de iniciativas de descarbonização em modais complementares, como fluvial e ferroviário, integrando energias renováveis e eficiência operacional. Esse modelo, cada vez mais replicado por grandes players logísticos, acelera a transformação do transporte em direção a uma logística de baixas emissões, especialmente em mercados emergentes.


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