Ferrovia "Rumo" à primeira colocação

A chamada malha paulista terá contrato renovado de forma antecipada até 2058

Parece trocadilho, mas a Rumo Logística será a primeira concessionária de ferrovia a ter um contrato renovado de forma antecipada pelo atual governo. Chamada de malha paulista, que integra o "corredor Norte", entre Rondonópolis (MT) e o porto de Santos (SP), a empresa pede mais prazo para poder amortizar os R$ 8 bilhões que promete investir.

Discutindo atualmente junto a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) as regras para a renovação por mais 30 anos da exploração desse traçado, o prazo atual expira em 2028. Com a extensão, vai até 2058. De acordo com o superintendente de Infraestrutura e Serviços de Transporte Ferroviário de Cargas da ANTT, Alexandre Porto, entre os principais projetos que estão para sair entre esse semestre e o primeiro trimestre de 2017 "esse é o que está mais maduro para sair". Lembrando ainda da renovação da Ferrogrão e da Ferrovia Norte-Sul.

Para o presidente da Rumo Logística, Júlio Fontana, com a injeção de recursos as tarifas poderão ser mais "atrativas" devido à geração de eficiência e ganhos de produtividade. "Tenho de concorrer com essa logística, com toda a expansão que está tendo para o Norte", afirmou o executivo, dizendo ainda ser esse "o maior projeto logístico em desenvolvimento hoje no país, que propõe elevar o volume de 30 milhões de toneladas para 65 milhões de toneladas em 2025. Isso vai reduzir o custo Brasil".

Em relação à Ferrovia Norte-Sul, o governo decidiu unir em um só lote dois trechos que originalmente seriam licitados de forma separada no PIL (Programa de Investimento em Logística), da presidente afastada Dilma Rousseff. Serão unidos o trecho sul da ferrovia, de Anápolis (GO) a Estrela D'Oeste (SP), que não despertou o interesse da iniciativa privada; e o trecho norte, de Anápolis a Porto Nacional (TO), considerado mais estratégico. A ideia é fazer uma única concessão verticalizada de Porto Nacional até Estrela d'Oeste, acessando os portos de Santos e Itaqui (MA) em mesma bitola. O modelo deverá incluir a possibilidade de o licitante vencedor construir o ramal de Três Lagoas, de Água Boa e o trecho Açailândia (MA) -Barcarena (PA).

Por outro lado a ideia de a licitação da ferrovia incluir áreas portuárias "para tornar o negócio mais atraente", perdeu força,já que não existe consenso jurídico de que se possa realizar uma só licitação envolvendo os dois modais no atual marco regulatório. 

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