AEB debate mudanças na economia brasileira

No lançamento do Enaex, associação discutiu relação Brasil -Argentina e trouxe expectativas para a economia

Um dos encontros mais importantes do setor, o fórum promovido pela AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), o Enaex, que está em sua 22ª edição trará também esse ano a entrega do Prêmio Proex, do Banco do Brasil. O evento que traz diálogo entre empresários e governo teve seu lançamento essa semana em São Paulo e entre os diversos assuntos discutidos trouxe a “Relação Brasil e Argentina: oportunidades e desafios e expectativas no âmbito da indústria têxtil e de confecção”, e a “Exportação e Competitividade: desafios para Apex-Brasil”.

José Augusto de Castro, presidente da AEB apresentou suas expectativas com relação à economia, com a entrada do governo Temer. E segundo ele há expectativas de algumas mudanças como um todo. “Temos exportado nos últimos anos mais por teimosia e menos por condicionantes favoráveis”, afirmou. Lembrando que as empresas precisam se tornar mais competitivas para não se tornarem dependentes das flutuações do dólar dos últimos anos. “Se não desenvolvermos competências e reduzirmos os custos, ficaremos dependentes das flutuações do câmbio e não teremos nenhum controle sobre nosso próprio negócio”, destacou.

O diretor da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Fernando Pimentel, destacou a representatividade da Argentina nas exportações do setor para mundo em 2015, com destaque para a queda brasileira. “A Argentina representou 23% das exportações do setor para o mundo e a queda da participação brasileira nas importações argentinas não se deve apenas a problemas econômicos/comerciais do país”, disse.

Segundo Pimentel, o país continuou importando produtos têxtis e confeccionados, mas o produto brasileiro foi substituído pelo de fornecedores chineses. “A partir da entrada no poder do presidente Macri e as mudanças na economia brasileira, ambos os países estão avançando em uma recuperação econômica que pode fortalecer o comércio bilateral e os investimentos”.

Ainda segundo Pimentel, as exportações para o país estão se recuperando lentamente, e as expectativas são positivas. “Apesar dos desafios ainda a ser enfrentados, como a definição de uma estratégia conjunta, a recuperação do diálogo político e a construção de posições comuns em fóruns internacionais, tais como OMC e G20, as expectativas são boas”, destacou.

Com relação aos problemas enfrentados no âmbito do Mercosul, Pimentel apontou que a agenda de atuação do bloco demanda uma mudança na forma de relacionamento e maior flexibilização. “Os temas da integração econômico-comercial não avançaram, tendo como consequência a perda de oportunidades, além da atual crise institucional”, salientou.

André Marcos Fávero, diretor da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), destacou o seu projeto de atuação setorial, da qual participam quase 70 entidades e que, segundo ele, tem sido um modelo de sucesso de parceria público-privada, promovendo o produto nacional em feiras e exposições em todo o mundo. “Estas ações têm papel fundamental para incentivar as exportações, já que atualmente se vive um momento de retração do comércio mundial, e o desafio maior é o de se promover políticas públicas para abrir mercados para cada vez mais expandir a marca Brasil”, afirmou.

Outro ponto ressaltado por Fávero foi a necessidade de o empresário que deseja exportar receber incentivos de longo prazo, e apontou o Reintegra como fundamental para o setor, na medida em que essa política de apoio equaliza o problema da acumulação de resíduos tributários no processo da exportação, gerando isonomia competitiva para estimular as empresas a concorrerem no mercado internacional.

O evento que acontece dias 23 e 24 de novembro, reunirá no Rio de Janeiro representantes de toda a cadeia de negócios do comércio internacional para discutir as principais questões que envolvem o setor, com vistas a melhorar a competitividade dos produtos brasileiros.

Vale ressaltar que paralelamente ao evento, ocorrerá à reunião do Conselho de Comércio Exterior do MERCOSUL (MERCOEX), formado pelas co-irmãs da AEB no âmbito regional: CERA (Câmara de Exportadores de la República Argentina), UEU (Unión de Exportadores del Uruguay) e CIP (Centro de Importadores del Paraguay).

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