Balança fecha com o primeiro superávit de janeiro em 5 anos
Entenda o que vai mudar no novo formato da balança comercial brasileira
O MIDC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) divulga semanalmente os resultados apurados ela Secex para a balança comercial brasileira, sempre às segundas-feiras. Nesta semana, no entanto, o ministério avisou antecipadamente que apresentaria os dados referentes ao mês de janeiro de 2016 utilizando uma nova metodologia para a análise de dados.
De acordo com o MIDC, as mudanças não alterariam valores de exportação, de importação e, consequentemente, do saldo comercial. A partir de agora, a análise dos dados será feita segundo a CGCE (Classificação por Grandes Categorias Econômicas), em vez da classificação CUODE (Classificação Segundo o Uso e Destino Econômico), até então utilizada pelo ministério brasileiro, porém que não tinha comparabilidade internacional.
Para os analistas, no entanto, mais surpreendente do que a alteração feita em um mês já iniciado, foi compreender que o método até então historicamente utilizado pela balança comercial brasileira não tivesse parâmetros de comparação reconhecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As estatísticas comerciais do MDIC já estão no novo modelo, porém a Secex disponibilizou também uma “série histórica” desde 1997, ainda na metodologia CGCE, para que os usuários consigam fazer comparações utilizando a mesma base de informações.
O que muda
A principal mudança é a forma como as categorias de produtos “bens de consumo”, “bens intermediários” e “bens de capital” são divididos. Na prática, as alterações serão as seguintes: produtos classificados como “peças e partes de bens de consumo” e “peças e partes de bens de capital” serão agora incluídos dentro de “bens intermediários” e não mais em “bens de consumo” e “bens de capital”, respectivamente. Essa nova forma de classificação só trará mudanças quando as categorias forem analisadas individualmente.
Além disso, houve mudança na distribuição de países do item “Blocos e Países”, que extingue, por exemplo, o bloco “Europa Oriental”, cujos países integrantes foram redistribuídos para a Ásia e Europa. A nova estrutura de blocos, no entanto, somente será atualizada no Sistema Aliceweb a partir de março.
Superávit
A divulgação aconteceu normalmente na tarde de segunda-feira (01), e trouxe, como destaque, o primeiro superávit comercial de um mês de janeiro registrado desde o ano de 2011: US$ 923 milhões, além de ser o maior número de janeiro já atingido desde os registros de 2007. Em janeiro do ano passado, as exportações ficaram aquém das importações em US$ 3,17 bilhões.
Embora o resultado tenha sido de superávit, em números absolutos, os US$ 11,246 bilhões realizados em exportações brasileiras ficaram 13,8% abaixo dos números registrados em janeiro de 2015. O que garantiu o superávit, portanto, foi a queda, em maior proporção, das importações para o Brasil, que chegaram a US$ 10,323, representando 35,8% a menos do que as compras feitas no mesmo mês de 2015.
A principal queda nas importações aconteceu nos itens combustíveis e lubrificantes (60,6%), bens intermediários (35,4%) bens de consumo (28,8%) e de capital (21,6%). O MIDC explicou que, no grupo “Combustíveis e Lubrificantes”, a diminuição aconteceu essencialmente pela queda de preços do carvão, gás natural, óleos combustíveis e gasolina. Dados de produção agrícola confirmam que, com a chegada da estação de chuvas, houve menor uso de usinas térmicas e, portanto, diminuição nas importações de gás e diesel.
Os principais destinos da exportação brasileira foram a China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Japão, que, juntos, somaram quase 5 bilhões na compra de produtos do Brasil.
Antes e depois
De acordo com o colunista do Guia Marítimo, especialista em análise de dados da movimentação de cargas no Brasil, Leandro Barreto, “É difícil dimensionar a relevância ou o impacto dessa mudança na metodologia antes de podermos de fato comparar o ‘antes’ e o ‘depois’. De qualquer maneira, confesso que não imaginava que a nossa metodologia para classificação das commodities não seguia um padrão internacional e, dado que eles dizem que também corrigirão o passado, minha primeira impressão é de que essa mudança pode ser muito boa para comparar a performance do Brasil com os demais países”.
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