Embora o acesso do abacate chileno à China não tenha sido alcançado em julho de 2014, nesta temporada (2015 - 2016) foram enviadas 5.300 toneladas, e quase nenhuma por meio de campanhas de promoção, tornando esta época a "primeira campanha de promoção real" realizada na China.

É o que diz Javier Fuchslocher, gerente geral da exportação de Santa Cruz. Segundo ele, "a primeira atividade promocional que o Chile fez na China foi nesta temporada. Apesar de ser uma campanha tímida, de somente algumas tomadas, acho que não podemos avaliar os resultados, uma vez que a campanha não era enorme”. Para ele o que foi feito “foi apoioar os primeiros envios da fruta aos pontos de venda”, o que é sempre útil para o comprador.

Para Fuchslocher, o mercado chinês está em um processo de aprendizagem no consumo de abacate, e ele acredita que os consumidores chineses ainda não diferenciam o grau de maturidade da fruta. “Na verdade, em geral, o canal de distribuição prefere movimentar frutas verdes, o que é muito comum em um novo mercado. Os EUA viviam a mesma realidade até alguns anos atrás, assim como a Europa".

De acordo com ele, esse fenômeno está intimamente relacionado à questão da “maturidade do país”, e a China, em sua opinião, será ainda será um processo. No entanto, Fuchslocher destaca ainda que existem alguns operadores tentando trabalhar com abacates maduros, embora ainda estejam em um estágio muito precoce. “E é por isso que a cadeia de frio na China ainda é bastante imperfeita no canal de distribuição. Não importa a origem do abacate, ou promoções que são feitas: a China ainda não tem a infraestrutura necessária para oferecer abacates com segurança com um nível avançado de maturação”.

A Comissão Palta, principal organização responsável por campanhas de promoção e consumo nos diferentes mercados onde o produto chega, representa hoje mais de 75% dos produtores de abacate no Chile. "Nós vamos para a nossa segunda temporada na China, mas é realmente a primeira séria porque há um melhor controle de pragas e uma maior compreensão de como o sistema funciona tanto aqui (na frente das autoridades chilenas), como em marketing de destino”, disse, salientando que nesta temporada há uma campanha de promoção muito mais estruturada, que fortalece consideravelmente os pontos de venda, mídia digital e o canal de distribuição, “principalmente em supermercados na China".

Com o objetivo de trabalhar no fortalecimento da imagem do abacate chileno na China, Javier Fuchslocher diz que esse é um trabalho de avanço e um desafio a ser vencido em parceria com o mercado chinês. E acrescenta que o mercadco vem prestando mais atenção aos meios digitais, como o e-commerce, que tem crescido muito, inclusive no setor de alimentos.

"Hoje todas as páginas on-line que vendem alimentos na China têm abacate do Chile em seu catálogo, principalmente porque é um produto exótico para eles e os frutos que são tradicionais para eles estão disponíveis nas ruas", explica, acrescentando que as grandes cadeias de supermercados na China também estão recebendo e promovendo abacates chilenos, como o Pagoda, Vanguard, entre outros.

Para essa temporada, que começou oficialmente em agosto, com 20 containers embarcados pela exportação da Santa Cruz para a China, o executivo estima que o volume total exportado para a China gire em torno de 5 e 8 % (entre 6 e 10 mil toneladas). No entanto, as ambições da indústria ainda são de crescimento ao longo dos próximos dois a três anos no mercado chinês.

Confira no Especial Carga Refrigerada do Guia Marítimo a matéria sobre as tecnologias usadas pela Hamburg Süd para embarque de abacates.