Consumidor chinês adere ao comércio eletrônico e prima pela qualidade

O contrafluxo do varejo mundial com a China tem números expressivos: maior mercado do mundo não só vem aumentando a sua participação no comércio eletrônico, como também busca fornecedores que ofereçam mais qualidade a preços menores

Enquanto o mundo todo continua a se empolgar com o comércio de produtos de origem chinesa, a China, por sua vez, também adere ao comércio eletrônico, aumentando diariamente a quantidade de consumidores que adeptos às compras virtuais. Integrantes do maior mercado do mundo, os chineses estão se tornando cada vez mais exigentes em suas compras, buscando não somente os menores preços, mas também a qualidade dos produtos, em sites de compras de outros países.


Um estudo da Bain & Company, empresa com sede em Boston e escritório em 32 países, realizado em parceria com a AliResearch, braço de pesquisas do grupo Alibaba, detectou a mudança de comportamento e as tendências do mercado virtual na China. O título do documento é “China’s E-commerce: The New Branding Game”, e seu propósito é analisar influência massiva e inédita que os compradores daquele país vêm exercendo sobre comerciantes on-line.


Dados mostram que, enquanto o mercado consumidor de lojas físicas registrou crescimento de 5,4% (menos da metade dos 11,8% anuais registrados há quatro anos), o e-commerce chegou a crescer 11%, com previsão de dobrar a participação até 2020. Além disso, as vendas on-line-to-offline estão se desenvolvendo cada vez mais, por meio de fusões e parcerias, o que contribui ainda mais para a estruturação do mercado nos próximos anos.


Entre os tópicos apontados pelo estudo estão as vendas geradas fora do país: em busca de produtos de qualidade, os compradores estão se voltando para sites na Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, para a alimentação infantil e para sites americanos para vestuário e eletrônicos, cujas vendas globais devem crescer anualmente em 30%, nos próximos anos.


Além disso, nota-se uma melhor estruturação do mercado atual de e-commerce, diferentemente do que aconteceu no passado, quando os compradores migraram de pequenas lojas para shopping centers. O e-commerce começou como um grande ambiente C2C, mas tem dado espaço para sofisticados players B2C, hoje responsáveis por metade das vendas on-line, com projeção de aumentar para 70% em 2020.


Outro aspecto apontado pelo estudo é que as vendas on-line estão ficando mais integradas ao cotidiano, fato que é comprovado pela superação das operações realizadas por meio de dispositivos móveis. Os consumidores chineses agora fazem 55% de suas compras on-line via celular, também com projeção de aumento para 70% em 2020.


Com a disseminação das vendas on-line, marcas menores encontram não apenas mais espaço para divulgação, como também menos obstáculos do que no mundo off-line. Como resultado, elas estão crescendo rapidamente on-line, alavancando canais de menor custo, bem como produtos avaliados para a comunicação e branding. No velho mundo do comércio físico, somente as maiores marcas tinham escala que permitisse acesso à distribuição, marketing e outros recursos de divulgação. Da mesma forma, as grandes marcas, também se beneficiam da amplitude da divulgação, ganhando mais acesso a cidades menores ou mais distantes dos grandes centros.


Além do alcance de empresas existentes ao consumidor por meio do e-commerce, plataformas horizontais como Amazon e Alibaba – que vendem produtos de múltiplas categorias – responderam à nova ênfase nas marcas fechando alianças mais estreitas com plataformas verticais e donas de marcas, bem como com vendedores off-line, que focaram num número limitado de categorias e são tipicamente próximos aos seus consumidores. Esses movimentos de parcerias e fusões permitem que as plataformas horizontais adquiram informações sobre os consumidores e criem mais pontos de contato com o consumidor via lojas físicas ou plataformas sociais, ajudando a entregar a era muito prometida do varejo O2O.

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